Autor: Andrew Fukuda
Editora: Intrínseca
Ano: 2013
Páginas: 288
Mesmo vivendo sozinho há anos, Gene ainda escuta as palavras de advertência de seu pai: Não faça amigos; não pegue no sono durante a aula; não pigarreie; não gabarite as provas, embora sejam um insulto à sua inteligência. Não durma na casa de colegas; não cantarole nem assobie. E ainda; Nunca esqueça quem você é. Gene leva a vida de acordo com essas regras, determinado a sobreviver a qualquer custo. Mas sua frágil segurança é ameaçada por uma terrível surpresa; a Caçada Eper: uma oportunidade única de devorar os últimos epers do planeta. Sob os holofotes e sendo forçado a conviver com os outros caçadores, ser descoberto parece apenas uma questão de tempo, e continuar vivo pode significar a perda de sua humanidade."
A leitura fluiu de forma rápida e fácil, não chegou a ser cansativa em nenhum momento, porém, contudo, entretanto, todavia, esses são os poucos pontos positivos que eu consigo destacar. Na minha opinião, o autor cagou o ápice da obra.
Eu esperei 257 páginas para que a caçada acontecesse, o que foi MUITO comparado ao número total de páginas. Ou seja, quando o evento começou, Andrew Fukuda tinha muito pouco tempo para desenvolvê-lo de forma satisfatória, e não conseguiu. O autor decidiu utilizar MENOS DE VINTE PÁGINAS no que seria o auge da coisa toda, para o qual ele vinha nos preparando e aumentando nossas expectativas durante todo o tempo.
A "batalha" por assim dizer, além de curta, foi muito fraca. É dito para os leitores que os caçadores são impiedosos, impulsivos, que não conseguem resistir ao sangue eper, que são extremamente rápidos e tudo mais, mas não é isso que vemos quando é chegado o momento.
Aliás, sobre os caçadores, eles são bizarros. Eles não tem expressões faciais e coçam o pulso (compulsivamente) quando acham algo muito engraçado. Tem uma cena de "amor" no meio da história que gente... O que esse autor estava pensando quando escreveu aquilo? Umas características que não faziam muito sentido. Só não é pior do que aqueles que brilham na luz do sol não é mesmo?! No início eu fiquei meio incomodada com isso, mas é aquele ditado: "vamo fazer o que?"
Eu não consegui entender qual o motivo para Gene frequentar a escola, um ambiente tomado por predadores, quando ele é a presa e não sei dizer se a "epidemia vampiresca" é uma coisa futurística, ou o motivo para isso ter ocorrido. Muitas coisas ficaram sem explicação. Não em um sentido bom do tipo "vou ficar aqui refletindo e elaborando minhas teorias" sabe? Parece que o autor não pensou nesses detalhes.
Há uma reviravolta no meio da narrativa, mas eu já esperava e acredito que todo mundo que leia também pegue as dicas e não se surpreenda tanto com a revelação feita depois. Vacilos, Andrew, vacilos...
É uma trilogia, pode ser que o autor responda várias questões nos próximos volumes (aliás, o segundo já foi lançado e se chama As Presas), mas eu não fiquei tão interessada a ponto de lê-los para saber o desfecho, ainda que esse tenha acabado com um baita gancho. Posso até mudar de ideia um dia (porque eu sou doida), mas por enquanto não me atraíram tanto assim.
O que mais me incomodou foi que terminou muito do nada e fez parecer que Fukuda estava com pressa para acabar de qualquer jeito. O livro não é ruim. Ele consegue prender sua atenção, mas te decepciona com um final rápido e bobo. Talvez tivesse sido melhor um volume único, ainda que grande, porém mais elaborado, com mais acontecimentos e mais tempo para consertar os furos. Não acho que ele tenha enrolado muito como em algumas séries e, até certo ponto, eu estava relevando os defeitos e gostando um pouquinho do que eu estava lendo, mas a caçada em si, que é o nome, o desfecho e o suposto clímax do livro, foi super corrido, esquisito e não fez valer minha espera.
Acredito que seja uma leitura muito válida e interessante para aqueles que gostam de sagas do gênero e conseguem relevar uns deslizes já pensando nas continuações. Até porque, dos comentários que li sobre o livro, a maioria foi bastante positivo. Porém, comigo não funcionou muito bem. Uma pena, porque criei uma certa expectativa quando me dei conta do que era a história.