Autor: Joe Hill
Editora: Arqueiro
Ano: 2007
Páginas: 256
Pois é amigos, o primeiro romance do Joe Hill, A Estrada da Noite, é basicamente o melhor sonífero literário que eu já conheci. Terror é provavelmente o gênero mais difícil de escrever, seu objetivo é despertar com palavras um instinto primitivo da pessoa e por isso entendo o desafio. Ainda por cima é a primeira obra do cara e é natural ter alguns erros de principiante na história. Contudo, sendo filho do aclamado Rei do Terror, eu esperava que rolassem umas cutucadas do pai para não ficar tão ruim assim.
A sinopse da bagaça é o seguinte: o roquista Judas Coyne gosta de uns suvenires bem loucos, tipo uns crânios, cordas usadas em enforcamentos e cartas de bruxinhas. Um dia ele recebe um email de um site dizendo que está vendendo um paletó possuído por um fantasma e o pensamento de Jude é obviamente “Why not?”. Acontece que era tudo um plano maligno de um pessoal cigano querendo que a vida de Jude passe pro lado de lá também.
Nunca li nada do Stephen King, mas o que o povo mais reclama é o fato de ele ser muito prolixo. Hill não é prolixo, mas comete um erro pior: repetição de cenas. Toda vez que o fantasma aparecia acontecia a mesma coisa. E o pior é que ele não tentou desenvolver o medo aos poucos e criar a tensão para um grande acontecimento, o fantasma aparece logo nas primeiras 50 páginas e não aprende nenhum truque novo até o final.
A escrita do Hill também não tem nada que a destaque, na verdade abusa um pouco dos adjetivos e deixa a leitura mais lenta, o que com a já citada repetição de cena faz tudo ficar tão chato que eu cheguei a pensar em cortar os pulsos no meio da leitura. Porém a pior coisa é a virada final, que torna o tom da história de culpa e punição para uma simples luta maniqueísta entre o bem e o mal, fazendo esse livro entrar para lista de livros da aula “como não escrever um romance”.
A minha edição é a econômica da editora Arqueiro, que está até boa, não tem orelha e pouca margem nas páginas, mas o papel pólen, capa com uma consistência decente e o preço super baixo compensam. O que não compensa é ter que ler essa história ridícula de um fantasminha não tão camarada. Serviu pelo menos para preencher a cota do livro bobo no Desafio Livrada.