AUTORA: Caitlin R. Kiernan
EDITORA: DarkSide Books
ANO DE PUBLICAÇÃO: 2012
ANO DA EDIÇÃO: 2014
PÁGINAS: 320
Minha história com A Menina Submersa é a seguinte: eu tinha visto a edição MARAVILHOSA da DarkSide e ficado muito curiosa imaginando que fosse uma história de terror, já que, até então, essa era a proposta da editora. Porém, depois de uma breve pesquisa, acabei descobrindo que a trama envolvia sereias, lobos e fantasmas, logo, concluí que o gênero era fantasia. E, quando penso em fantasia, automaticamente vem à minha mente duendes, elfos, bruxos, pozinhos mágicos e coisas do tipo. O problema é que eu não gosto nada disso, zero, não tenho paciência, vejo essas coisas em filmes/séries/livros e saio correndo. Não funciona, não dá certo, já tentei e foi HORRÍVEL. UM AMIGO MEU ME FEZ ASSISTIR O HOBBIT NO CINEMA UMA VEZ, TRÊS HORAS DE FILME, GENTE, PELO AMOR DE DEUS, EU QUERIA MORRER, e essa não foi a única experiência desastrosa que eu tive nesse sentido. Enfim, por conta disso, excluí The Drowning Girl da minha lista de leituras.
Foi aí que as resenhas começaram a surgir e, em quase todas elas, as pessoas diziam que era confuso por conta da personagem, que é esquizofrênica. Ah, meus queridos, foi o que bastou para atiçar minha curiosidade novamente. Mesmo temendo a decepção com a parte fantástica da obra, eu decidi comprá-lo.
O que eu não sabia, e que talvez vocês também não saibam, é que a parte fantasia não é bem assim. Não surgem fadas ou gnomos, como eu temia. Imp, a protagonista, não faz parte do clã de H20 Meninas Sereias ou se apaixona por Jacob, o lobisomem. Os fantasmas não são dos mais comuns, daqueles geralmente ligados a vultos, sustos, assombrações ou coisas do tipo, aqui eles são trabalhados no sentido figurado. Aliás, sereias e lobos também não são tão concretos (é essa a palavra?) por aqui. Tá ficando confuso? Não desiste de mim, a gente chega lá.
Os fantasmas que assombram nossa narradora são vários. Sua mãe era louca e cometeu suicídio, assim como sua vó, ou seja, o histórico familiar não é dos melhores. Isso sem falar em Eva Canning, uma mulher misteriosa que aparece na vida de Imp dando muito pano pra manga e levando sua loucura a níveis exorbitantes.
Na real, o principal aqui não é contar uma história com início, meio, fim e fazer-se entender sempre. Para mim, o ponto-chave é mergulhar na cabeça da protagonista e acho que a autora conseguiu fazer isso de uma forma surpreendente. Aliás, eu queria saber COMO ela conseguiu fazer o que ela fez, essa mulher, gente... Que mulher!!!
A sinopse fala em "quebra-cabeças" e é justamente o que acontece. Imp, em sua história de fantasmas, relata situações ocorridas (será?) há anos e sua memória não é das melhores, cronologia não é o forte de nossa protagonista aqui e só nos resta aceitar. Acredito que isso incomode muita gente, mas eu gostaria de lembrar que a autora já deu o aviso: este livro é o que é, o que significa que ele pode não ser o livro que você espera que seja.
E, seguindo a tabela de pontuações, temos as descrições dos quadros que Imp viu em exposições, livros, artigos e etc. Não pesquisei a fundo, mas li por aí que são todos inventados. Ou seja, a mulher escreve um livro desse, INSERE CONTOS DA PROTAGONISTA, CONTOS BONS ALIÁS, e ainda se preocupa em trazer pinturas muito bem descritas.
Parou por aí? Não. Eu fui procurar sobre a autora, porque eu nunca tinha ouvido falar sobre ela antes, e descobri que ela fez bastante coisa, incluindo quadrinhos. Um fato que eu achei interessante é que Caitlin é uma mulher transexual, e eu não conhecia nenhuma autora trans, além da youtuber (e maravilhosa) Mandy. E, talvez por isso, Caitlin tenha criado Abalyn, também mulher trans e namorada da nossa protagonista. Consequentemente, o assunto transexualidade aparece na trama, mas não por muito tempo, é algo muito sutil. A autora não quis fazer disso a coisa mais importante do mundo sobre Abalyn, justamente porque não é a coisa mais importante sobre Abalyn.
A Menina Submersa é diferente de tudo que eu já li. No início eu não sabia muito o que esperar e acabei me surpreendendo positivamente. Sabe aquela leitura em que basta passar os olhos ligeiramente e tudo certo? Não é o caso aqui. Com todos os avisos que eu tinha recebido sobre o livro, eu sabia que precisava lê-lo no momento certo, sem pressa e funcionou. Eu precisei prestar bastante atenção e entrei completamente na história. Porém, não confundam com dificuldade. Não é difícil, é só incomum e vale muito a pena.
E aí, o que vocês pensam sobre A Menina Submersa? Pretendem ler? Já leram? Deixem aí nos comentários. Ah, e lembrando que está rolando sorteio lá no nosso instagram. É só seguir a gente e procurar a foto oficial. Beijos!!