Por: Victor Heliângelo

BATTLE ROYALE
Autor: Koushun Takami
Editora: Globo Livros
Ano: 2014
Páginas: 664
Autor: Koushun Takami
Editora: Globo Livros
Ano: 2014
Páginas: 664
As crianças de hoje em dia estão amando ler as distopias aventurescas, capitaneado por jogos vorazes e aquela linda da JLaw. Como eu sou do contra, não li nenhum desses livros da moda e fui buscar diretamente da fonte a ideia de uma distopia onde as pessoas se matam numa arena para entreter o público, e assim chegamos ao seu Koushun Takami e seu único livro, porém best-seller, Battle Royale.
O romance conta a história da turma de Shuya Nanahara indo para um lindo passeio escolar quando percebem que na verdade foram levados para uma ilha sinistra que o governo japonês comunista desocupou para começar uma matança louca entre os próprios coleguinhas de escola. Japão comunista, você me pergunta, e eu digo sim, nessa realidade distópica o EUA não desfez a merda que fez com as bombas e a URSS tratou de assumir a bucha e conseguiu mais um país vestindo vermelho e cruzando foices e martelos. Parando para pensar, se isso tivesse acontecido realmente talvez a URSS tivesse ganhado a Guerra Fria, mas isso é outro assunto.
A configuração do mundo é bem padrão distopia: ninguém entra nem saí do país, todas as pessoas tem que odiar os que não são comunistas, a polícia faz o seu papel de braço forte da ditadura, entre outras coisinhas. A tal batalha entre os estudantes acontece todo ano e o governo a faz para lembrar a população que o ser humano é bicho ruim mesmo, e quem protesta contra o programa, geralmente os pais, vão direto para o túmulo. Como diria um conhecido, um dos melhores jeitos de se utilizar adolescentes mimados.
Shuya é o protagonista da história, um ex-jogador de beisebol e agora guitarrista que toca rock escondido dos seus superiores porque é proibido pelo governo, malditos comunistinhas não é mesmo. O personagem principal já revela um dos problemas do livro: os estereótipos extremos que atingem a grande maioria dos 42 personagens, pouquíssimos se salvam. Por ser guitarrista e antes grande interbases da escola (se você não manja dos beisebol, recomendo um site muito loko chamado Google) é super popular e todas as garotas caem de amores por ele. Seu melhor amigo Shinji é um jogador de basquete extremamente habilidoso e também um puta hacker, naturalmente com várias coleguinhas de classe suspirando quando ele entra na sala de aula. O padrão dos personagens segue assim, passando por bobões retardados e mocinhas indefesas e caras super fodões e megeras. Uns poucos personagens conseguem sair desse clichê, geralmente por bons backgrounds que sempre são contados após a apresentação de um novo aluno na história.
Apesar da falha dos clichês, eu ainda fiquei bem tenso com as situações que Takami conseguiu criar, o senso de alerta te deixa sempre ligado na história e acontecimentos terríveis são descritos de uma forma tão grotesca que um estômago mais fraco pode não aguentar as descrições de certas mortes. Outro grande acerto é o contador de alunos restantes no fim de cada capitulo que no começo parece inofensivo, mas começa a te deixar realmente angustiado quando ele desce cada vez mais, muitas vezes deixando a baixa para se contar no próximo capítulo, fazendo você não querer largar o livro.
Como nem tudo são flores, o provável maior problema da obra é a quantidade absurda de prolixidade que há nela. As vezes o autor repete o que acabou de dizer NA MESMA LINHA! CADE O EDITOR DESSA PORRA? É um troço de deixar qualquer um revoltado. Olhando pelas enternetes alguns disseram que podia ser problema da tradução e da pressa para lançar o livro enquanto estamos na onda das distopias YA, mas como leitor de mangás eu sei que os japoneses têm um fraco por se repetirem, o que particularmente me irrita muito. Outra coisa que vai contra essa ideia é o fato da edição da Editora Globo estar extremamente caprichada, um papel cartão bem resistente na capa e contracapa, mapa da ilha e tudo mais, algo para se admirar.
Como YA, acho que Battle Royale está um pouco acima da grande produção que se vê hoje em dia, já como distopia, falta um pouco mais de profundidade e discussão critica do governo e coisa e tal, servindo muito mais como desculpa pro japa poder escrever sobre um monte de adolescente se matando. No mais, recomendo o livro para quem quer se divertir.
O romance conta a história da turma de Shuya Nanahara indo para um lindo passeio escolar quando percebem que na verdade foram levados para uma ilha sinistra que o governo japonês comunista desocupou para começar uma matança louca entre os próprios coleguinhas de escola. Japão comunista, você me pergunta, e eu digo sim, nessa realidade distópica o EUA não desfez a merda que fez com as bombas e a URSS tratou de assumir a bucha e conseguiu mais um país vestindo vermelho e cruzando foices e martelos. Parando para pensar, se isso tivesse acontecido realmente talvez a URSS tivesse ganhado a Guerra Fria, mas isso é outro assunto.
A configuração do mundo é bem padrão distopia: ninguém entra nem saí do país, todas as pessoas tem que odiar os que não são comunistas, a polícia faz o seu papel de braço forte da ditadura, entre outras coisinhas. A tal batalha entre os estudantes acontece todo ano e o governo a faz para lembrar a população que o ser humano é bicho ruim mesmo, e quem protesta contra o programa, geralmente os pais, vão direto para o túmulo. Como diria um conhecido, um dos melhores jeitos de se utilizar adolescentes mimados.
Shuya é o protagonista da história, um ex-jogador de beisebol e agora guitarrista que toca rock escondido dos seus superiores porque é proibido pelo governo, malditos comunistinhas não é mesmo. O personagem principal já revela um dos problemas do livro: os estereótipos extremos que atingem a grande maioria dos 42 personagens, pouquíssimos se salvam. Por ser guitarrista e antes grande interbases da escola (se você não manja dos beisebol, recomendo um site muito loko chamado Google) é super popular e todas as garotas caem de amores por ele. Seu melhor amigo Shinji é um jogador de basquete extremamente habilidoso e também um puta hacker, naturalmente com várias coleguinhas de classe suspirando quando ele entra na sala de aula. O padrão dos personagens segue assim, passando por bobões retardados e mocinhas indefesas e caras super fodões e megeras. Uns poucos personagens conseguem sair desse clichê, geralmente por bons backgrounds que sempre são contados após a apresentação de um novo aluno na história.
Apesar da falha dos clichês, eu ainda fiquei bem tenso com as situações que Takami conseguiu criar, o senso de alerta te deixa sempre ligado na história e acontecimentos terríveis são descritos de uma forma tão grotesca que um estômago mais fraco pode não aguentar as descrições de certas mortes. Outro grande acerto é o contador de alunos restantes no fim de cada capitulo que no começo parece inofensivo, mas começa a te deixar realmente angustiado quando ele desce cada vez mais, muitas vezes deixando a baixa para se contar no próximo capítulo, fazendo você não querer largar o livro.
Como nem tudo são flores, o provável maior problema da obra é a quantidade absurda de prolixidade que há nela. As vezes o autor repete o que acabou de dizer NA MESMA LINHA! CADE O EDITOR DESSA PORRA? É um troço de deixar qualquer um revoltado. Olhando pelas enternetes alguns disseram que podia ser problema da tradução e da pressa para lançar o livro enquanto estamos na onda das distopias YA, mas como leitor de mangás eu sei que os japoneses têm um fraco por se repetirem, o que particularmente me irrita muito. Outra coisa que vai contra essa ideia é o fato da edição da Editora Globo estar extremamente caprichada, um papel cartão bem resistente na capa e contracapa, mapa da ilha e tudo mais, algo para se admirar.
Como YA, acho que Battle Royale está um pouco acima da grande produção que se vê hoje em dia, já como distopia, falta um pouco mais de profundidade e discussão critica do governo e coisa e tal, servindo muito mais como desculpa pro japa poder escrever sobre um monte de adolescente se matando. No mais, recomendo o livro para quem quer se divertir.