Autor: Chuck Palahniuk
Editora: Leya
Ano: 2012
Páginas: 272
O clube da luta é idealizado por Tyler Durden, que acha que encontrou uma maneira de viver fora dos limites da sociedade e das regras sem sentido. Mas o que está por vir de sua mente pode piorar muito daqui para frente."
Em uma de suas viagens de trabalho, ele conhece Tyler Durden, um cara que possui ideias revolucionárias, vive de acordo com suas próprias leis e que, portanto, possui uma vida completamente diferente da vida chata do nosso protagonista. Após alguns incidentes, eles se tornam amigos e certa noite, em um bar, Tyler pede que nosso narrador o acerte com um soco... e assim nasce o primeiro Clube da Luta.
Durante o livro, o clube da luta toma proporções enormes. O evento realizado em um porão do bar se torna uma forma de libertação para todos que dele participam já que dentro dele não importam cargos, carros ou dinheiro, sendo também a cura para as noites mal dormidas de nosso personagem sem nome. Porém, nem tudo são flores e coisas inesperadas começam a ocorrer tornando sua vida um tanto quanto complicada.
Meu primeiro contato com a história foi pelo filme (maravilhoso por sinal) e eu não costumo ler o livro se já assisti à sua adaptação. Nesse caso eu decidi abrir uma exceção e fiquei muito feliz por isso. Aliás, para quem já viu o filme e sabe exatamente o que vai acontecer é legal ler e compreender as entrelinhas. Isso torna tudo mais divertido.
A escrita do Chuck é maravilhosa. Algumas pessoas disseram ter certa dificuldade de adaptação no início, mas eu particularmente achei muito interessante. Em certos momentos a narrativa não segue uma sequência "normal". Vou tentar explicar como funciona: Palahniuk narra um fato e na frase seguinte já corta para outro assunto. Em seguida, dá continuidade ao primeiro assunto adicionando algo ainda não dito. Depois retorna ao segundo acrescentando também alguma coisa e por aí vai. São situações desconexas sendo descritas quase que simultaneamente.
Nessas transições é preciso um pouquinho de atenção para que não seja necessário voltar algumas linhas se questionando: "ué, será que perdi alguma coisa?" o que a mim não incomodou, pelo contrário, pois com todas essas informações chegando quase que ao mesmo tempo, a sensação foi de imersão na mente atordoada do personagem, sem contar que deu uma acelerada no ritmo da leitura.
"Há uma categoria de homens e mulheres jovens e fortes que querem dar a própria vida por algo. A propaganda faz essas pessoas irem atrás de carros e roupas de que elas não precisam. Gerações têm trabalhado em empregos que odeiam para poder comprar coisas de que realmente não precisam. Não temos uma grande guerra em nossa geração ou uma grande depressão, mas na verdade temos, sim, é uma grande guerra de espirito. Temos uma grande revolução contra a cultura. A grande depressão é a nossa vida. Temos uma depressão espiritual."
O autor faz duras críticas sobre o consumismo, o acúmulo de bens materiais e essas coisas. Há também, uma grande revolta com a classe mais rica e essa é a origem e motivação para diversas ações feitas pelos membros do clube pela cidade. A maioria desses momentos e discursos vem de Tyler, sempre com algo impactante e convincente na manga.
No final do livro, me deparei com uma surpresa muito boa. A edição da Leya acompanha um posfácio incrível onde Palahniuk nos conta como surgiu a ideia. A princípio Clube da Luta era apenas um conto de sete páginas escrito no trabalho e esse conto corresponde ao que hoje é o capítulo seis. No posfácio, Chuck nos conta também como se inspirou em relação à certas coisas e a repercussão inicial. Achei bem interessante me fez amar ainda mais.
Terminei a leitura extasiada. O fato de ter visto o filme antes, que geralmente me prejudica, dessa vez não atrapalhou em nada. A empolgação ao finalizar, imagino eu, teria sido a mesma. Esse foi o segundo livro que li do autor (o primeiro foi Condenada) e se continuarmos assim, lerei muitos mais!!