AUTOR: Gabriel García Márquez
ANO DE PUBLICAÇÃO: 1981
ANO DA EDIÇÃO: 2016
EDITORA: Record
PÁGINAS: 160
Não gosto muito da sinopse que vem na orelhinha, então vai ser da minha cabeça mesmo: Santiago Nasar morreu há alguns anos, e nosso narrador, amigo de Santiago, resolveu reunir relatos atuais de pessoas que viram Nasar no dia de sua morte. São vários os relatos, várias as versões, e aos poucos vamos entendendo e reconstruindo o que de fato aconteceu.
Esse é um livro extremamente rápido. São milhares os personagens, uma verdadeira teia, e milhares os relatos, formando um enorme quebra-cabeça, mas, apesar disso, nada se estende por muito tempo e nada fica confuso. São informações mega rápidas, o personagem aparece, faz sua contribuição e sai. Ninguém tem tempo para descrições pesadas e falas gigantes daquelas que você termina de ler e não se lembra onde começou. Objetivo foi o García Márquez nessa obra. A impressão que me deixou é que o autor tinha tudo tão em mente, que ele sentou e escreveu o livro em um dia como quem faz uma lista de compras, rapidinho.
Não conseguiria pontuar um momento certo na trama. É normal ler e dizer "ah, estou na parte onde tal coisa acontece", mas não em Crônica de uma Morte Anunciada, porque é tudo muito dinâmico, informações aparecem para remontar aquele dia a todo momento. Vamos e voltamos toda hora, mas juro, nada de confusão por aqui. Tudo o que aparece colabora, tudo agrega, nada é à toa ou dispensável.
Sobre o título, concordo com metade dele. Pense em uma morte anunciada, MUITO anunciada mesmo. No decorrer da leitura você começa a se questionar como um crime tão divulgado não foi impedido, e você se depara com uma série de mal-entendidos, infelizes coincidências, péssima comunicação e uma baita negligência. Muita gente sabia, pouco foi feito e chega a ser inacreditável, mas se pararmos para pensar, nada novo sob o sol, tanta coisa é vista por aí e ignorada né? Até que algo maior acontece.
O "crônica" do nome pode confundir alguns leitores. O narrador refere-se ao texto como crônica, a editora registrou como "crônicas colombianas" e eu vi uma galera por aí aceitando essa denominação, mas eu não vi nada disso enquanto lia. Eu não entendo muito disso, e deveria, já que falo sobre literatura aqui (olha o nível de profissionalismo), mas para mim romance ou novela parecem mais corretos. Se bem que isso muda zero coisas, o que importa para mim é que vocês leiam esse livro maravilhoso, sem rótulos.
O tamanho de fonte que a Editora Record escolheu para essa edição foi algo que contribuiu bastante. Aliás, a diagramação toda contribui. E eu acho que fizeram capas fofíssimas para os livros do Gabo, quero todos nesse padrão. Para encerrar as considerações sobre a obra, não posso deixar de falar sobre o final, que final!!! Achei maravilhoso e dramático no ponto certo. De fechar o livro e já escolher o próximo que lerá do autor.
A edição traz algumas informações sobre o Gabriel García Márquez na contracapa e em sua orelha. Decidi compartilhar com vocês para o caso de ainda não estarem muito convencidos. O livro foi lançado originalmente em 1981, um ano antes de o autor ganhar o prêmio Nobel de Literatura. Gabo, como chamam por aí, nasceu na Colômbia e é considerado mestre do realismo mágico latino-americano, coisa que o Victor curte muito e que vocês já devem ter visto no OBNB. Falando nisso, não é a primeira vez que esse escritor aparece no blog, já rolou resenha de Ninguém Escreve ao Coronel, e, caso estejam interessados em ler, é só clicar aqui.
A Record lançou VÁRIOS trabalhos do escritor. Alguns já foram comprados por menino Victor e eu pretendo cultivar uma coleçãozinha, então outras resenhas aparecerão. Fiquem de olho caso tenham gostado. Beijos!!
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