Autor: Raphael Montes
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2014
Páginas: 274
Já Clarice foi algo que me incomodou bastante e fez Dias Perfeitos perder alguns pontinhos comigo. Ao meu ver, enquanto o autor se preocupou muito em criar Téo, ele deixou Clarice um pouco de lado, e olha que ela teve muita participação na narrativa. Achei ela muito passiva em certos momentos, reagindo de forma inverossímil. Mole. E eu estava tão imersa naquela trama que a falta de atitude dela conseguiu me irritar.
Da metade em diante meu ritmo de leitura caiu. Acho que ali a história se prolongou um pouquinho mais do que deveria e não saímos muito do lugar. Isso, somado a moleza de Clarice, pode ter contribuído com a minha falta de progresso, mas, como o livro tem apenas 274 páginas, ninguém vai sofrer por isso.
São só esses os defeitos? Não. Um pouquinho depois do meio temos uma reviravolta que eu não gostei. Quem já leu o livro pode estar agora se questionando sobre isso, mas eu achei meio desnecessária. Algo para criar um TCHAN a mais, sabe? Porém comigo não funcionou muito bem. Não posso ser MUITO específica aqui por conta de spoilers, mas, caso tenha lido, converse comigo nos comentários. Quero saber o que acharam disso.
Apesar dessas coisinhas negativas, eu gostei da leitura. Quanto mais eu penso sobre o livro, mais eu gosto dele. Eu sou muito “jovem” ainda no mundo literário, posso estar falando besteira, mas para mim o autor trouxe algo novo, pelo menos nessa geração, e ele tem conseguido destaque no cenário. Se você ainda pensa que a qualidade lá de fora é melhor do que a daqui, você está muito enganado. E se você pensa que thriller não é pra gente, se engana novamente. Perfect Days já está sendo lido (e elogiado) lá nos States, e você aí dando mole.
Eu achei que fosse hype, mas o Raphael Montes me surpreendeu e muito. Não é à toa que o cara está fazendo um baita sucesso por aí, e eu espero que faça muito mais. Suicidas já estava na minha lista de desejados e agora O Vilarejo também entrou, e olha que eu nem curto contos, mas eu já vi tanta coisa boa sobre o autor que eu sinto a necessidade de conhecer mais.