Por: Victor Heliângelo
GALVESTON
Autor: Nic Pizzolatto
Editora: Intrínseca
Ano: 2015
Páginas: 240
Autor: Nic Pizzolatto
Editora: Intrínseca
Ano: 2015
Páginas: 240
Pois é gente, eu me esforcei, mas é impossível escrever sobre livros sem passar pelos estadunidenses. Como eu não quero ficar guardando esses textos para depois só ter resenhas de livros norte-americanos (se bem que Bukowski é tão alemão quanto Cortazar é belga né, mas é assim que eu os considero e foda-se) e os pseudo-intelectuais começarem a dizer que eu me vendi ao sistema eu já vou falando agora mesmo e xingando os outros de volta nos comentários depois.
Quando vi a primeira temporada de True Detective minha mente mergulhou em diversas interpretações para cada detalhe posto na incrível trama criada por Pizzolatto. Foi algo tão incrível que tudo que eu queria naquela hora era ler a obra que inspira a trama, O Rei De Amarelo, e qualquer outra coisa de autoria do cara, que eu achava que só escreveria coisas geniais.
Foi assim que achei Galveston, o único livro do cara aqui no Brasil. Quem viu a segunda temporada de TD não deve estar achando o Nic essa coca-cola toda mais, e assim como a série, a minha opinião sobre Galveston é a mesma: comparado com a primeira temporada, é uma puta decepção, embora não seja ruim.
A história dessa bagaça é a seguinte: Um assassino de aluguel chamado Roy descobre que tem câncer e no mesmo dia entra numa tramóia louca em que o chefe dele manda o cara para uma armadilha. Só que o cara é muito Jack Bauer e se safa de boas, assim como acaba salvando uma prostituta que tava lá na hora e ambos têm que fugir das garras da máfia do chefe do Roy.
Os personagens são o foco da trama e a relação entre Roy e Rocky (péssimo nome, aliás) é bem feita, complementada pela narração em primeira pessoa feita pelo assassino, que além de deixar você desconfiado da veracidade do relato, joga elementos da personalidade dele furtivamente para poder brincar com a visão que você está tendo através dos olhos dele.
A decepção do livro fica mais por conta da falta profundidade que eu tanto esperava. Há uma boa metáfora com o câncer do Roy, a cidade também é um elemento forte (obvio né, é apenas o título da historia) assim como em True, mas os personagens não são tão complexos, não há símbolos fortes e nem camadas, falta substancia ao livro. Também li por aí que várias pessoas acharam que a escrita dele flerta muito bem com a poesia, mas para quem já leu Mia Couto, Lourenço Mutarelli e Valter Hugo Mãe, sabe que o tio Pizzollato precisa comer muito angu com caroço para chegar ao nível.
A edição da Intrínseca está bem bonita, eles fizeram um ótimo trabalho tanto com a capa quanto com o interior do livro e, apesar da falta de profundidade, ele diverte e tem bons diálogos, além de uma brutalidade forte na escolha das palavras. Sigo observando o trabalho de Nic Pizzollato e esperando que ele não seja aquele cara com apenas um hit na carreira.
Quando vi a primeira temporada de True Detective minha mente mergulhou em diversas interpretações para cada detalhe posto na incrível trama criada por Pizzolatto. Foi algo tão incrível que tudo que eu queria naquela hora era ler a obra que inspira a trama, O Rei De Amarelo, e qualquer outra coisa de autoria do cara, que eu achava que só escreveria coisas geniais.
Foi assim que achei Galveston, o único livro do cara aqui no Brasil. Quem viu a segunda temporada de TD não deve estar achando o Nic essa coca-cola toda mais, e assim como a série, a minha opinião sobre Galveston é a mesma: comparado com a primeira temporada, é uma puta decepção, embora não seja ruim.
A história dessa bagaça é a seguinte: Um assassino de aluguel chamado Roy descobre que tem câncer e no mesmo dia entra numa tramóia louca em que o chefe dele manda o cara para uma armadilha. Só que o cara é muito Jack Bauer e se safa de boas, assim como acaba salvando uma prostituta que tava lá na hora e ambos têm que fugir das garras da máfia do chefe do Roy.
Os personagens são o foco da trama e a relação entre Roy e Rocky (péssimo nome, aliás) é bem feita, complementada pela narração em primeira pessoa feita pelo assassino, que além de deixar você desconfiado da veracidade do relato, joga elementos da personalidade dele furtivamente para poder brincar com a visão que você está tendo através dos olhos dele.
A decepção do livro fica mais por conta da falta profundidade que eu tanto esperava. Há uma boa metáfora com o câncer do Roy, a cidade também é um elemento forte (obvio né, é apenas o título da historia) assim como em True, mas os personagens não são tão complexos, não há símbolos fortes e nem camadas, falta substancia ao livro. Também li por aí que várias pessoas acharam que a escrita dele flerta muito bem com a poesia, mas para quem já leu Mia Couto, Lourenço Mutarelli e Valter Hugo Mãe, sabe que o tio Pizzollato precisa comer muito angu com caroço para chegar ao nível.
A edição da Intrínseca está bem bonita, eles fizeram um ótimo trabalho tanto com a capa quanto com o interior do livro e, apesar da falta de profundidade, ele diverte e tem bons diálogos, além de uma brutalidade forte na escolha das palavras. Sigo observando o trabalho de Nic Pizzollato e esperando que ele não seja aquele cara com apenas um hit na carreira.