AUTOR: Gregorio Duvivier
ANO DE PUBLICAÇÃO: 2013
ANO DA EDIÇÃO: 2013
EDITORA: Companhia das Letras
PÁGINAS: 88
Pelo fato de ser extremamente conhecido, nem vou apresentá-lo né, mas a descoberta de que ele era poeta pode ter assustado vocês, então vou falar um pouco sobre a carreira dele nesse lado: Gregorio estreou em 2008 com A Partir de Amanhã Eu Juro que a Vida Vai Ser Agora (melhor título dele alias) pela 7 Letras, editora especializada em poesia. Depois que descoberta a sua vontade de escrever, ele foi para a maior editora do Brasil e lançou mais três livros: Ligue os Pontos, Put Some Farofa (de 2014, com crônicas para a Folha e roteiros do Porta) e o mais recente Percatempos (um caderno de desenhos e de poesias), provando que o cara não está aí de bobeira.
que nunca teve netos por um feirante
que não se casou e dá olá de longe
para um apontador do jogo do bicho
que perdeu a mãe de trombose e todos
seguem carregando suas tristezas
dentro de sacolas de plástico.”
dos meus pais mais magros à beira da piscina
esperando que algo fantástico acontecesse (eu).
depois que eu morrer eu espero que vocês tenham
a decência de retomar esse marasmo.”
A primeira parte tem vários problemas na minha opinião, o ritmo de vários poemas é muito confuso, o tal retrato que ele faz é inexplicavelmente diferente do que eu vejo pelos mesmos lugares citados, não refletem o Rio que eu conheço. Talvez eu seja como o Mutarelli, onde o meu Rio de Janeiro é só meu, ou simplesmente seja um estrangeiro na zona sul, já que moro na zona norte. O problema pode estar também no fato de eu achar que o Rio tem muita coisa mais importante para se retratar e que os poemas fizeram um recorte muito irrelevante, com o ponto baixo na combinação de Cigano Igor e Pizzaria às 4 da manhã.
liguei os pontos sardentos das suas costas
na esperança de que a caneta esferográfica
revelasse a imagem de algum ser mitológico de nome proparoxítono
o mapa detalhado de algum tesouro submerso
formasse quem sabe alguma constelação ruiva
oculta na epiderme
e me deparei com o contorno polígono arbitrário que não me oferecia metáforas
não apontava direções
simplesmente dizia: você está aqui”