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[RESENHA] MIGUEL E OS DEMÔNIOS - Lourenço Mutarelli

29/3/2016

9 Comments

 
Por: Victor Heliângelo
Imagens
  MIGUEL E OS DEMÔNIOS

  Autor: Lourenço Mutarelli

  Editora: Companhia das Letras

  Ano: 2009

  Páginas: 120


​     Dizem que o bom dos livros de terror é quando tem aquele momento que toda vez ao lembrar-se, a sua espinha vai gelar. O engraçado é que a única cena de livro em que isso me aconteceu não está em nenhum livro de terror e sim em Miguel e os Demônios, e ainda mais divertido é que na hora você nem vai perceber que esse momento vai te assombrar pelo resto da vida, porque vai cair na gargalhada do absurdo como só o mestre Mutarelli sabe fazer.
 
     Miguel e os Demônios tem sua origem num fato interessante: Lourenço foi procurado por produtores de cinema que encomendaram um roteiro dele pedindo que o plot fosse o de um policial tendo relações com uma travesti. Acontece que o projeto não foi para frente, como tudo que o Mutarelli faz por encomenda, provavelmente porque o pessoal viu que a historia é pesada demais e pouco comercial (o que é engraçado, pois esse é o resumo da carreira do homem). Com isso, ficou apenas o livro impresso pela companhia das letras, o que me leva a uma pergunta interessante: por que roteiros de cinema não têm impressão em livros? Adoraria ver os clássicos como O Sétimo Selo e Três Homens em Conflito no seu estado bruto e não aquelas novelizações idiotas. Fora que todo roteiro do Tarantino clama por uma publicação.
 
     Mas vamos falar de Miguel. A bagaça começa com Miguel tentando sair da merda depois que seu casamento terminou e voltar a morar com seu pai. Então ele passa a namorar uma manicure e fazer alguns servicinhos extras (e ilegais) para conseguir uma grana. Até o dia em que um caso o leva à tal travesti com quem ele passa a se relacionar, que por acaso ele já tinha visto junto com o seu chefe. Fale-me quantas pessoas que você conhece iriam assistir a um filme desses?
 
     O lance de roteiro de cinema não era à toa, pois o livro claramente está escrito para se fazer um filme, com várias cenas em que estão escritos “zoom naquilo” ou “a câmera se afasta” ou até mesmo termos de cinema como “fade”, o que combinou totalmente com seu estilo de escrita rápido e incisivo, pontuando tudo que é estritamente necessário para se entender. Diferente de O Cheiro do Ralo, porém, é o fato de não estarmos dentro da cabeça principal, então ao invés do fluxo de consciência que tínhamos com o antigo protagonista aqui temos mais personagens peculiares e diálogos extremamente bem feitos e com verossimilhança fortíssima ao mundo real.
 
     Se a trama já parece esquisita só na sinopse, fique sabendo que o livro tem muito mais esperando por você. Mutarelli chafurda na escatologia e no sadismo (adoro essa frase) como ninguém. Levantando ótimos questionamentos sobre a moralidade das pessoas e cutucando todos com suas cenas e pensamentos, ele cria um mundo que poderia ser tanto realismo mágico como realismo psicológico, depende apenas do que você quer acreditar. Outro ponto importante é o fato de Lourenço deixar coisas em aberto, e não são poucas. Ele afirmou em uma de suas entrevistas que faz isso porque a vida é assim e as pessoas não vão ter respostas para tudo, e ele não poderia estar mais certo.
 
     O livrinho está lindo como sempre, a capa é do próprio Mutarelli, sempre arrasando, e mantendo o mesmo padrão de capa dos seus outros livros, assim como o corte moleskine de borda e o letreiramento com a cor diferente. O livro é curtíssimo e dá para ler em um dia só, e como a trama vai ficando cada vez mais instigante é impossível parar de ler essa, que é mais uma obra-prima do Mutarelli.
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9 Comments
Lua Mariano link
29/3/2016 08:16:44 pm

Que história gostosa e o melhor, de leitura rápida.

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Ágno Rosa Vilar link
30/3/2016 04:18:04 pm

Não conhecia o autor e nem suas obras, mas esse me parece ser um ótimo livro para começar. E lá vai mais um livro para a minha interminável lista de desejos. rsrsrs. Ótima resenha. Abraços!!

Reply
Our Brave New Blog
30/3/2016 07:33:12 pm

Fala Ágno! Mutarelli é o meu escritor preferido, mas ele costuma pegar pesado. Então se você não se sentiu incomodado com o provável conteúdo do livro, pode ser o seu novo escritor preferido também rsrsrs, abraços!

(Victor)

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Joana link
30/3/2016 09:28:56 pm

Confesso que quando comecei a ler a rsenha fiquei "puts, resenha de livro de terror não" [tenho pavor a filmes/series/livros de terror] e fiquei muito feliz em vê que estava enganada. Muito legal a resenha, parabens

Reply
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30/3/2016 10:29:55 pm

Olá Joana! O livro é policial, mas como dá a entender na resenha, ele também tem toques de terror, umas coisas bem cabeludas mas que não são o foco do livro. Obrigado pelos elogios, beijos!

(Victor)

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Bibliotecas de Alexandria link
2/4/2016 01:47:58 am

Adorei, nunca tinha ouvido falar do autor mas me interessei muito pra começar uma obra dele, só o titulo já chamou minha atenção

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3/4/2016 07:30:33 pm

Olá! Mutarelli é realmente um autor underground, mas se o nome te chamou a atenção é provável que goste. Abraços!

(Victor)

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Uma Livraria link
2/4/2016 01:51:25 pm

Adorei!! Quero abrir oportunidades para leituras desses gêneros, não sou muito acostumada com eles, mas amei sua resenha e já sei por onde começar. Haha 💘

Reply
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3/4/2016 10:39:54 pm

Ola! Eu não sei exatamente a que gênero você se refere (terror? policial? aquela literatura que te faz sentir um lixo? nunca saberemos auehahe), mas Miguel e os Demônios é uma boa escolha para qualquer uma delas, abraços.

(Victor)

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    AUTORES

    ​Durante um passeio pelo Mundo das Ideias, Carolina Souza encontra a perfeição em forma de Homem conhecido como Victor Heliângelo e o convida para falar mal dos livros da Biblioteca de Babel neste bravo blog.

    (Nota da Carol: Queria deixar claro que não fui eu que escrevi a baboseira acima. Beijos de luz.)


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