Autor: Gabriel Garcia Marquez
Editora: Record
Ano: 2014
Páginas: 96
Post rapidinho para uma novela curta e brutal escrita por um dos caras mais admirados nesse canto latino do hemisfério, mestre Gabo e uma de suas obras preferidas, Ninguém Escreve Ao Coronel. Uma brutalidade absurda e um texto de cem páginas feito para te deixar para baixo é o que você vai encontrar nesse livrinho lindo da Record (adoro quando as editoras padronizam as obras de um autor como se fosse uma coleção).
Vamos à Sinopse antes que me batam então: Coronel está vivendo uma miséria da porra junto com sua esposa num casebre longe da cidade e está esperando uma carta cheia de grana do governo que nunca o pagou pela guerra civil que aconteceu na Colômbia e ainda por cima tem que cuidar e alimentar o galo de briga do filho falecido.
Desgraça é pouco na vida desse Coronel né? Gabo traz vários tipos de sofrimento para o coração de um homem nessa obra, o sofrimento da espera, da perda, das diferenças sociais e outros mais. O escritor não alivia para você em nenhum segundo, te mantém sempre aflito com a situação do casal e se você for um pouco mais frágil provavelmente vai chorar no final.
Uma coisa engraçada é o fato de esse livro ter ligação com Cem Anos de Solidão antes mesmo do mestre escrever sua principal obra. O Coronel relaciona aviões com tapetes, vive ou viveu em Macondo (agora não me lembro realmente sorry) e conheceu o Coronel Aureliano Buendía, personagem de Cem Anos. Como eu não li (me julguem), senti que algumas partes só vão fazer sentido depois de ler a obra, mas nada que atrapalhe a leitura. A escrita do Garcia Marquez é mais simples do que eu pensei que seria, ele tem um certo vocabulário rebuscado mas nada que te faça pegar o dicionário, serve muito mais para deixar o texto rico em palavras e a capacidade do latino em gerar boas frases é inacreditável. Se Gabo já destruiu tudo menos de cem páginas, imagina o que ele pode fazer com cem anos.