Autora: Joelle Charbonneau
Editora: Única
Ano: 2014
Páginas: 320
Será que uma jovem é capaz de enfrentar um governo que a escolheu para se defender?
Comecei a ler no finalzinho de Dezembro de 2015, ou seja, adiei horrores e devia ser algo como um presságio do que viria. Esse texto quase não saiu pois minha vontade foi abandonar o livro, mas eu fui persistente e consegui!!
Para começar, a desculpinha para elaboração do Teste é ridícula e não faz o menor sentido.
O objetivo da tal Comunidade das Nações Unificadas é reconstruir o mundo pós-guerra, e aí o que eles fazem? Escolhem os melhores alunos das escolas para realizarem o teste. Nesse teste, poucos são aprovados garantindo a chance de cursar uma faculdade e ser tornarem líderes de muito valor e com um importante papel na sociedade. Durante as provas, a grande maioria dos estudantes morre ou some misteriosamente. Somente VINTE são selecionados por ano para que possam continuar seus estudos, o que é uma quantidade meio pequena e que significa que muitas das melhores mentes do país, que poderiam admitir diversas funções valiosas, são desperdiçadas. Não é lá muito inteligente.
Fica muito difícil listar todas as semelhanças entre as obras da Joelle Charbonneau, Suzanne Collins e Veronica Roth, simplesmente porque: não cheguei a ler as duas últimas. Então, mil desculpas se eu falar alguma besteira daqui para frente, ok?
Se em Jogos Vorazes temos distritos e em Divergente temos facções, em O Teste temos colônias, que possuem seus representantes para um tipo de jogo, batalha ou whatever, comandada por um governo opressor. Encontramos também uma Chicago devastada, cenas de romance e uma protagonista mulher. Em determinado momento, nossos jovens estão em um labirinto – não idêntico ao de Maze Runner, acredito eu, mas ainda assim, estava lá.
O problema não vem somente dessas coincidências, mas principalmente do fato de que a autora não conseguiu desenvolver nada. A personagem principal Malencia (cujo nome eu lia Melancia toda vez) é muito sem sal. É ela quem narra toda a história em primeira pessoa, ou seja, foram muitas as chances que Joelle teve, em 300 páginas, de nos conquistar com Cia, mas comigo não fluiu. Não tem porquê você se identificar ou torcer por ela. Aliás, ninguém é aprofundado nesse negócio, nem mesmo o cenário, a guerra, ninguém questiona a bizarrice que é o motivo das provas e nem mesmo porque os que saem de lá "líderes" ao fim não lideram coisa alguma. E nossa heroína poderia ter feito essa última questão, visto que o pai dela foi um dos vencedores e hoje não comanda nada de nada.
A autora conseguiu muitos ganchos entre os capítulos o que, para quem se envolveu com a narrativa, deve ter sido bastante interessante, mas comigo não causou efeito algum porque eu simplesmente não conseguia me importar com o que viria a seguir e qual seria o desfecho da coisa toda. Só levei esse livro até o fim porque prometi a mim mesma que leria todos da minha estante, até os que abandonei no passado, logo, esse não poderia ficar de fora.
Contudo, entretanto, todavia, no final eu consegui ganhar uma empatia maior por Cia... Não sei o que ocorreu gente, talvez tenha sido a felicidade em estar me aproximando do fim. Enfim, aconteceu, eu simpatizei mais um pouquinho com ela e seu amigo Thomas e gostei do desfecho que a obra teve. UM BAITA GANCHO NÉ SENHORITA JOELLE FIQUEI MEIO BRAVA, mas nossa... Quase repensei a ideia de ler a continuação só por conta da última página, confesso que a curiosidade foi forte ali.
Os três volumes da saga já foram lançados e são bem elogiados, dizem que trazem aspectos diferentes das outras e tudo mais, mas não consegui me envolver, e a leitura foi bem arrastada e cansativa, portanto, não pretendo seguir a trilogia. Posso dizer que O Teste foi um verdadeiro teste de paciência (e persistência) para mim.