AUTOR: Stephen King
PUBLICAÇÃO ORIGINAL: 1987
ANO DA EDIÇÃO: 2016
EDITORA: Suma de Letras
PÁGINAS: 328
*Exemplar cedido pela editora.
A simpática senhora é também uma leitora voraz que se autointitula a fã número um do autor. No entanto, o desfecho do último livro com a personagem Misery desperta na enfermeira seu lado mais sádico e psicótico. Profundamente abalada, Annie o isola em um quarto e inicia uma série de torturas e ameaças, que só chegará ao fim quando ele reescrever a narrativa com o final que ela considera apropriado. Ferido e debilitado, Paul Sheldon terá que usar toda a criatividade para salvar a própria vida e, talvez, escapar deste pesadelo.”
Há alguns anos eu aproveitei uma promoção e comprei It – A Coisa, do Stephen King, porque o mundo inteiro diz ser uma obra-prima do terror e tudo mais. Nunca tinha lido nada do autor e estava até empolgada, até que eu comecei a ver alguns comentários meio negativos sobre a escrita dele e descobri aspectos do livro que não me agradaram muito, o que foi o suficiente para eu adiar por meses... Por medo de não gostar do estilo do King, decidi que seria melhor ler um livro menor (It tem mais de mil páginas) para ver se nos daríamos bem, e, lendo sinopses por aí, me interessei verdadeiramente por Misery. Então, quando surgiu a oportunidade, solicitei um exemplar seguindo o conselho do Victor. Vale dizer que a ideia partiu dele, lembrem-se.
Disseram que era característico do autor algumas repetições e um mergulho profundo no psicológico de seus personagens. A parte da repetição eu notei, porque a palavra “névoa” foi repetida exaustivamente logo nas primeiras páginas, assim como uma série de outras informações ao longo da narrativa em uma tentativa de enfatizar o drama do personagem, o que me irritou DEMAIS.
Já o mergulho no psicológico, eu juro que esperava mais. Eu tinha entendido (através de resenhas e comentários) a Annie como uma personagem inteligente, articulada e complexa, mas não foi isso que eu encontrei. Parece que ela apenas tinha as situações ao seu favor e era uma doida varrida, mas não mais do que isso. Além disso, Paul, com o qual deveríamos simpatizar e por quem deveríamos torcer, não causou um pingo de afeto em mim. Tudo o que sabemos sobre ele é que é um escritor de uma série famosa da qual não gosta muito, fim.
Para piorar a minha relação com Paul, Stephen King ainda achou legal inserir VÁRIOS devaneios e cenas da imaginação do personagem. E esses momentos não serviam para NADA. Do que me serve o protagonista imaginar policiais chegando na casa? Ou a neve derretendo na estrada? Absolutamente nada, e lá se vão páginas. Sem contar as “conversas” que ele tinha com a própria consciência e até mesmo com objetos, diálogos esses bem forçados.
Como se não bastasse, o autor ainda inseriu os CAPÍTULOS do novo livro de Paul. Quero dizer... Eu, supostamente, queria ler Misery, a história de suspense e tudo mais, não sobre um romance ou qualquer coisa que fuja da trama principal. Saber sobre a criação de Sheldon não acrescentava nada de importante à narrativa.
Então, recapitulando: a essa altura já nos deparamos com milhares de repetições, devaneios a todo momento, cenas e diálogos que só aconteciam na cabeça de nosso protagonista e uma série de páginas narrando um péssimo livro criado pelo mesmo, além das personalidades nada atrativas dos personagens envolvidos. E o cara é O CARA do terror.
Novamente eu quis que o protagonista morresse para que o livro acabasse mais rápido, novamente eu quis abandonar o livro por várias vezes, e novamente eu pulei muitas partes para conseguir chegar ao final. Eu poderia ter omitido essa última informação, mas eu prefiro ser bem sincera e acredito que isso até ajude a comprovar o que eu digo quando menciono os excessos nessa narrativa: eu pulei MUITAS partes e mesmo assim tudo fez sentido. Não é normal você ler a primeira frase de um parágrafo, pular para o segundo, ou até mesmo o terceiro, ou, quem sabe, para a próxima página, e tudo fazer sentido, alguma coisa está errada aí.
Meu incômodo com essa leitura foi tão grande que a parte do suspense foi inexistente. Eu realmente só queria finalizá-la para chegar aqui e não sair falando besteira. Tive esperanças sim que as coisas melhorassem em algum momento e por algumas poucas páginas senti um leve entusiasmo, mas logo precisei dar meus pulos de novo.
Não pretendo ler o autor tão cedo e agora dói muito olhar para a estante e ver meu It fadado a continuar lá, intocado por muito tempo hahaha. Existe uma adaptação cinematográfica para o livro e parece interessante, pois imagino que os exageros tenham sido cortados e isso me anima um pouquinho a assisti-la. É bem provável que, nesse caso, eu goste mais da obra adaptada do que a original.
Mas é aquele ditado: é só a minha opinião como leitora que gosta muito do gênero. Sei que muitos amigos blogueiros leram Misery e gostaram demais, e, se for o seu caso, adoraria conversar com você nos comentários. Caso tenha lido e odiado, pode chegar também, todos são bem-vindos hahaha ♥