AUTOR: Raphael Montes
ANO DE PUBLICAÇÃO: 2015
ANO DA EDIÇÃO: 2015
EDITORA: Suma de Letras
PÁGINAS: 96
*Exemplar cedido pela editora.
O que vocês precisam saber é o seguinte: um vilarejo esquecido, sem recursos e com poucos sobreviventes, esse é o cenário dos sete contos que compõem o livro que será falado aqui. Cada conto é associado a um dos sete pecados capitais (e você pode conferir essa relação no prefácio) e carrega no título o nome de um demônio, juntamente com um subtítulo associado à história. As histórias são bem curtas, acho que não passam de dez páginas, então o livro pode ser devorado em pouquíssimo tempo, como aconteceu comigo.
Sobre as histórias, você não precisa lê-las na ordem, mas eu aconselharia fazer dessa forma. Por ser o mesmo vilarejo, alguns personagens aparecem nos contos alheios, por assim dizer, e nesses momentos, caso lidos na ordem, podemos juntar peças do quebra-cabeças construído pelo autor, e eu, particularmente, achei isso super interessante. Easter eggs everywhere. Vale dizer também que o último conto conecta e responde muitas coisas, começar por ele não seria uma boa ideia, aliás, que final...
Ah, e estão vendo essas fotos por aí? São todas ilustrações do livro (dã) e eu achei uma mais maravilhosa que a outra. Algumas páginas possuem manchas imitando sangue e, além disso, o início de cada capítulo vem escrito em uma folha preta, e eu amo folhas pretas, muito gótica sim. Tudo isso deu um charme a mais, e quem teve essas ideias está de parabéns!!!
Outro que gostei muito foi sobre a ganância. Em “Mammon – O porquinho de porcelana da Sra. Branka”, conhecemos a Sra. Branka e sua neta, Latasha, que depois de receberem a visita de um contador, passam a diminuir gastos para que ambas possam sobreviver no vilarejo. A avó fica meio louca com essa história, aí já viu, lá vem desgraça... Mais um final surpreendente, eu AMEI!!!
E o que dizer do conto final, sobre a ira? Não vou mentir, alguma coisa eu já imaginava sair dali, acredito que seja visível para a maioria dos leitores, mas acho difícil que todo mundo perceba os detalhes, que ali ficam explícitos, durante a leitura. Fui feita de trouxa um pouquinho, mas não vou mentir, adoro. Se não for para ser feita de trouxa lendo livros do tipo, eu nem retiro da estante.
Mais um livro recomendado do autor. É a terceira vez que ele aparece no nosso blog, a primeira foi com o romance Dias Perfeitos, cuja resenha você pode conferir clicando aqui. A resenha de Jantar Secreto, seu mais novo lançamento pela Companhia das Letras, também saiu, clique aqui para ler (e também para saber mais sobre nosso TOP COMENTARISTA).
Quero saber de vocês, quem aí já leu O Vilarejo? Qual seu conto favorito? E qual você menos gostou? Quem não leu: pretende ler? Deixem aí suas impressões nos comentários e vamos conversar :)