
Autor: Nick Hornby
Editora: Putnam
Ano: 2007
Páginas: 309
Eu conhecia o autor de nome e de elogios de um certo canal, mas nunca cheguei a me interessar a ponto de procurar seus títulos ou seus assuntos. Eis que Victor me deu um YA sem nem saber, e aposto que, se soubesse, não daria. Victor não gosta de YAs, enfim... A história é a seguinte: Sam é um rapazinho de 18 anos contando para os leitores o que aconteceu na sua vida quando tinha apenas 15/16. E o que aconteceu de tão importante que deveria ser contado? Sam engravidou uma mocinha e teve que lidar com várias responsabilidades e questionamentos antes da hora. É basicamente isso, com uns ingredientes a mais, é claro.
Vale dizer que Sam CONVERSA com o pôster de seu skatista favorito Tony Hawk, celebridade cujo livro autobiográfico ele já leu mil vezes e decorou todas as suas falas, de onde tira lições e dá base às suas conversas com o esportista. Então daqui já podemos ver que Sam não é o ser humano mais maduro da face da Terra. Perdoe-me caso você também peça conselhos a um pôster esperando e imaginando sua resposta, mas isso não é muito normal ou esperto, convenhamos... Pode-se dizer que é meio engraçado até.
Por não ser a pessoa mais evoluída do mundo, Sam, ao pensar na possibilidade de ser pai, tomou umas decisões que não me agradaram. Vou dar spoiler? Claro que não. Estou só querendo dizer que: passei raivinhas. O autor está errado em fazer isso comigo? Nesse caso não, porque é totalmente crível. Poderia acontecer e acontece. Pontos para tio Nick (o Hornby, não o Sparks).
Sem contar que filhos na adolescência é um assunto importante, nem todo mundo quer ser papai ou mamãe no meio do ensino médio (ou antes), então é válido ser abordado. Acho até que ele conseguiu fazer isso de uma forma bem leve e descolada (?), porque assim é o protagonista. E essa leveza, apesar das raivinhas que passei, caiu muito bem, já que eu tinha saído de um livro pesadíssimo que vocês já viram no blog (SE NÃO VIRAM, VEJAM CLICANDO AQUI) chamado Uma Duas.
A informação que eu tinha do autor era que o humor dele era algo sensacional, mas eu não vi nada de mais nesse sentido. Dizem que ele costuma trabalhar com personagens mais velhos e obtém muito sucesso nisso, mas posso dizer que com a galera adolescente ele também não fez feio. Parecia realmente que eu estava dentro da cabeça de um garoto de quinze/dezesseis/agora dezoito anos. Ah, e para quem gosta, a narrativa é em primeira pessoa.
Como disse lá em cima, eu li em inglês e aqui vai uma dica para quem deseja ler nesse idioma. Talvez seja boba e óbvia, mas eu não tinha notado até que tentei: Young Adults, tente começar por eles. Não vou mentir, cheguei a ler dez páginas de Fahrenheit 451 em inglês, mas foi um pouco travado, não fluiu como esse e eu nem conto como tentativa, porque foram míseras dez páginas. Já com Slam foi muito mais fácil, parecia que eu estava lendo em português mesmo. Eu sabia TODAS as palavras? Claro que não, às vezes nem em português conseguimos essa proeza, mas isso não me atrapalhou em nada, o contexto está aí para isso.
Não é um livro com vários picos de emoção, você já sabe o principal lendo a sinopse. É bom falar sobre isso porque sei que existem pessoas que precisam de mil reviravoltas e acontecimentos de explodir a mente para que a leitura valha a pena. E isso me lembra que esqueci um detalhe: viagem no tempo, claro, por que não? Ok, essa parte eu fiquei meio: really? Eu não estava esperando por isso. Sim, nosso personagem principal acorda do nada em um futuro próximo, apenas alguns meses a frente, e descobre como está sua vida e que decisões tomou, o que de certa forma acaba ajudando e influenciando no presente. "Mas Carol, você disse que não tinha picos de emoção/acontecimentos de explodir a mente... O que é viagem no tempo para você?" Nada, não senti nadinha, só fiquei meio: really??? E acontece só umas duas vezes, se não me engano, então fãs de Sci-Fi, não se animem muito. Isso foi um spoiler? Não sei. No resumo do Skoob essa informação está lá, e não tenho acesso à orelha do livro na edição daqui para saber se foi previamente dito, mas eu com certeza não estraguei a experiência de ninguém, juro juradinho. O lance aqui é ver como funciona um cérebro adolescente masculino diante de uma situação como essa, a vida que ele leva, seus relacionamentos, coisas assim.
Meu exemplar é da editora Putnam (aqui foi lançado pela Rocco), que eu obviamente não conhecia, em capa dura e com jacket, que eu não gostava até então, mas que agora não tenho nada contra pois ficou ok na minha estante. A capa em si é bem bonitinha, nada de mais, azul, preta, o nome, mas bonitinha. A jacket é amarela/laranja com um cara caindo/voando do skate, que seria o "slam" do título, que eu traduzi livremente como "tombo", mas sites afirmam que é "batida", enfim, deixo a pesquisa mais aprofundada para vocês.
Não vou mentir, esperava mais um pouquinho do autor, já que, até onde eu sabia, ele era bastante elogiado, mas talvez seja só o livro, ou talvez seja eu mesma, até porque fazia tempo que não lia nada do tipo. Como entretenimento, penso que cumpriu seu papel, mas nada de mais. Um livro bom, mais médio do que bom, porém nada que eu vá sair recomendando por aí como se minha vida dependesse disso. Acredito que funcione dentro desse público, então, caso curta os Young Adults e tenha se interessado pela história, pode dar certo.