Autor: S. J. Watson
Editora: Record
Ano: 2015
Páginas: 400
Encorajada por seu médico, ela começa a escrever um diário para ajudá-la a reconstruir suas lembranças e seu passado. Certa manhã, ela abre o diário e percebe que escreveu quatro palavras inesperadas e assustadoras: "Não confie em Ben." Então, passa a suspeitar de tudo o que o marido lhe controu. Que acidente a fez ficar assim? Em quem ela pode confiar? Estaria Ben mentindo o tempo inteiro para ela? E o leitor, poderá acreditar na história de Christine?"
Já sabemos que a protagonista sofre de amnésia e que todo dia ela precisa reaprender quem ela é, como foi parar ali, quem é o cara na cama dela e todas essas coisas. Sendo assim, você vai ler a mesma história várias vezes. Muitas informações que você já sabe serão repetidas exaustivamente. Entendo que tenha sido necessário, mas me incomodou. Antes fosse só isso, mas a lista segue...
A sinopse dá a entender que o clímax é quando Christine se depara com a frase "Não confie em Ben" escrita no seu diário, mas, até que isso seja explicado, ou justificável a nossos olhos, nada importante acontece. A coisa demora MUITO a engatar, uma enrolação desnecessária, sabe?! São quatrocentas páginas, mas se enxugasse, seria totalmente possível contar a mesmíssima coisa em duzentas. Senti que a história não saía do lugar e que eu estava andando em círculos por muito tempo. Mesmo com descobertas sendo feitas, a narrativa segue arrastada, repetitiva e mais do mesmo. Lembro que faltavam vinte páginas e eu simplesmente não conseguia ler uma inteira sem ter que pausar para reclamar no WhatsApp. Se a escrita do cara ainda tivesse algo de diferente, algo interessante, talvez amenizasse a situação, mas nem isso. Para vocês terem uma ideia, eu pulei algumas linhas em certos momentos e adivinhem só, não perdi nada.
Pode parecer horrível o que vou dizer agora, mas eu preciso. O Victor sabe que eu passei muita raiva lendo Antes de Dormir e preciso desabafar com vocês também. Não criei a menor empatia com a protagonista e meu desespero para que o livro acabasse foi tão grande, que minha esperança era de que ela morresse do nada, só para encurtar meu sofrimento. Sim, pesado, eu sei... Estava chato, gente. O que eu podia fazer? Eu poderia ter abandonado, é verdade, mas eu tenho a meta de ler todos os livros da minha estante, do início ao fim. O país está em crise, a gente não pode sair jogando dinheiro para o alto, não é mesmo?!
Se eu comentasse aqui uma possível mensagem do livro, um assunto que ele tenha abordado e que talvez possa ser considerado um ponto positivo, seria um baita spoiler, daqueles que estragam tudo mesmo. Digamos que ele poderia ter sido abordado até de uma forma melhor, mas, de qualquer forma, ele estava ali. Então é meio ponto para o autor. Não posso falar mais, é spoiler, sério... Vamos tentar salvar a única coisa "boa" que temos aqui, né?!
Com todo esse lance de supostamente não poder confiar no marido e de total esquecimento dos fatos, eu esperava um enorme suspense, um jogo mental, algo mais elaborado. Esperava ficar tão confusa quanto a personagem e ser trouxa várias vezes. Não vou mentir, o final é realmente surpreendente como disseram e eu jamais imaginaria aquilo, mas é só isso. De resto, achei tudo muito previsível e nada impactante. Um plot twist no desfecho não salva uma obra mediana ou ruim, já comentamos isso aqui no blog em outra resenha.
Ultimamente eu tenho dado azar nas minhas leituras e Antes de Dormir veio para confirmar isso. Chega a doer, mas a gente supera... O livro possui um filme com o mesmo nome, protagonizado por Nicole Kidman, que eu ainda não assisti e pretendia fazê-lo somente depois de ler. A Lívia, do nosso blog parceiro Tipo Coelhos (que vocês realmente deveriam conferir porque é maravilhoso) disse que viu e gostou muito, então, algo me diz que a adaptação desse livro é bem melhor que a obra original. Espero que os responsáveis por ele tenham conseguido aproveitar a premissa, que é super bacana, coisa que S. J. Watson não fez muito bem.