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[RESENHA] A HIPÓTESE HUMANA - Alberto Mussa

27/7/2017

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Por: Carolina Souza
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A HIPÓTESE HUMANA

AUTOR: Alberto Mussa

PUBLICAÇÃO ORIGINAL: 2017

ANO DA EDIÇÃO: 2017

EDITORA: Record

PÁGINAS: 176

*Exemplar cedido pela editora.


“Tiros na noite e um crime: são misteriosas as circunstâncias que envolvem o assassinato de Domitila, filha do coronel Chico Eugênio, dentro da chácara da família no Catumbi. A investigação fica a cargo do detetive Tito Gualberto, primo da vítima e hábil capoeira, que tentará completar o quebra-cabeça do crime.”

Quem aí gosta de livros policiais? Eu gosto, por isso decidi dar uma chance ao A hipótese humana, de Alberto Mussa, e não me decepcionei por aqui. A sinopse é simples, mas o autor criou um cenário riquíssimo para a história que se passa no século 19, o que é um ponto positivo, ainda mais se o leitor for interessado pelo Rio de Janeiro antigo, já que no enredo encontramos ciganas, mucamas, brigas de capoeira, coronéis e segue a lista.
 
Confesso que no início não me empolguei muito. Não que o livro estivesse ruim, só não estava muito bom hahaha. Muitos personagens aparecem, junto com informações sobre os mesmos, e por vezes eu me vi perdida com tanta informação chegando ao mesmo tempo. O mesmo ocorreu com as ruas e lugares descritos durante a trama, mas no final das contas isso não chegou a ser um grande problema.
 
Algo que eu achei muito interessante foi a narração escolhida por Alberto Mussa. É como se fosse o próprio autor nos contando a história e ele faz questão de lembrar que é disso que estamos falando, uma história. O narrador dialoga diretamente com o leitor, além de compartilhar opiniões sobre certas personagens. Porém, como nem tudo são flores, por vezes, no meio disso tudo, o autor explica/mostra muito explicitamente conclusões que os leitores poderiam ter tirado sozinhos, mas, com a informação jogada na nossa cara, não temos essa chance.
 
Sem dúvidas a leitura ganha um gás lá para as 40 páginas finais, quando várias as suspeitas vão crescendo e várias hipóteses relacionadas ao crime são apresentadas (e é aí que entra o nome do livro, aliás). Todas as versões construídas são muito convincentes e eu consegui acreditar em todas elas, então não espere um final 100% fechadinho.
 
Ah, vale lembrar também que várias lendas são apresentadas ao longo da trama. Eu não conhecia e não pesquisei para ver se fato existiam mas, seja como for, o autor fez um ótimo e, novamente, convincente trabalho nesse sentido. Falando nisso, o livro faz parte do "Compêndio mítico do Rio de Janeiro", série de romances policiais onde cada livro é dedicado a um século da história carioca. Então se você curte história e romances policiais, já sabe né?!
 
Podemos dizer que o começo de A hipótese humana foi bastante morno, é verdade, mas que o final e todas as teorias levantadas fazem valer a pena. 
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[RESENHA] NOITE DENTRO DA NOITE - Joca Reiners Terron

7/7/2017

1 Comentário

 
Por: Victor Heliângelo
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NOITE DENTRO DA NOITE
 

AUTOR: Joca Reiners Terron
 
PUBLICAÇÃO ORIGINAL: 2017
 
ANO DA EDIÇÃO: 2017
 
EDITORA: Companhia das Letras
 
PÁGINAS: 464

​*Exemplar cedido pela editora.



​      Há uma lenda entre os literatos de que brasileiros não conseguem escrever calhamaços. Normalmente, eu defenderia o meu povo dizendo que é porque a gente se preocupa em escrever bem e não em encher linguiça, mas ultimamente nem isso se faz necessário mais, porque todos os grandes escritores estão começando a lançar grandes obras, graças a Deus, tanto em tamanho quanto em qualidade.
 
      É o caso de Um defeito de cor, da Ana Maria Gonçalves, Uma fuga perfeita é sem volta, da Marcia Tiburi, e principalmente, Noite dentro da noite, de Joca Reiners Terron, um dos grandes escritores da atualidade. Joca é um dos escritores que vivem pela literatura: traduz, organiza coleções, dá workshops e oficinas, publica resenhas, tem um blog (um dos melhores para ler postagens antigas, mas ele não posta muito hoje em dia) e nesse meio tempo escreve grandes livros para gente.
 
      Como sempre, sinopse primeiro: Este livro é sobre você, que bateu a cabeça aos 12 anos de idade e teve problemas neurológicos e esqueceu tudo o que tinha acontecido na sua vida. Curt Meyer-Clason, grande tradutor de vários latino-americanos para o alemão, conta sua história, falando sobre o Ano do Grande Branco, seus pais, a vida em Curva de Rio Sujo, o nazismo na America Latina, a planta vampiro, a pyhareryepypepyhare, a relação dos seus familiares com a ditadura militar e sobre quem realmente você é.
 
      Já pela sinopse você pode sentir que o livro não é dos mais comuns. Joca narra o livro em segunda pessoa, algo que pouquíssimos escritores conseguiram fazer ao longo da história da literatura e, não satisfeito, ainda por cima é a experiência de maior fôlego do estilo (quase o dobro do tamanho de “Se um viajante numa noite de inverno...” de Italo Calvino). Apesar de ter citado Calvino, seu estilo de narração se aproxima mais dos livros de memórias de Paul Auster, onde o “você” está mais puxado para o próprio Joca do que para o leitor em si, principalmente pelo fato de que seus tios têm o sobrenome Reiners, mas o nome dos pais nunca aparece.
 
      Joca abre o livro de um jeito impressionista, abusando de imagens superlativas, que vai ditar o tom dessa obra o tempo todo, ajudando muito a conferir o tom místico que muitos diriam ser típico de um escritor latino-americano, mas a negatividade no romance faz com que Terron se aproxime muito mais de um Roberto Bolaño do que de García Márquez, algo que ele mesmo chamou de “Niilismo Mágico”. Uma das marcas mais fortes dessa magia estranha é a mãe, chamada apenas de Rata e sempre identificada como uma rata humana, uma das melhores personagens que eu li nesse ano e uma das mais sofridas também, tendo que lidar constantemente com a perda das mais variadas formas possíveis.
 
      O livro passa em diversos tempos diferentes, desde a chegada da irmã de Nietzsche ao Brasil em 1886 com o marido, passando pelo golpe militar no Brasil e a vida no interior no meio de uma ditadura militar. O protagonista tem a desconfiança de que ele na verdade é substituto de outra pessoa, um irmão secreto, e que o remédio que dão a ele para o problema na cabeça na verdade é uma droga que o mantém com falta de memória. Todos os estranhos acontecimentos, como o jeito que seus pais agem, as aparições de seus tios, a fuga de Medianeira assim que seu pai apareceu com o braço quebrado, entre outras coisas, fazem o protagonista desconfiar e investigar cada vez mais, ao mesmo tempo em que tem de lidar com os filhos dos militares que praticam um bullying pesadíssimo com ele apenas porque o acidente o tornou mudo.
 
      O projeto gráfico é o padrão Companhia de sempre, a capa na verdade parece feita de um material mais emborrachado, e não de papel grosso como é a maioria. Eu gostei muito da escolha da capa, algo psicodélico e ao mesmo tempo bem representativo, o buraco com todas as linhas apontando e indo mais fundo, com a indicação de que você está entrando na Noite dentro da noite, talvez não pudesse ficar melhor. Fica a fortíssima recomendação de um dos melhores livros do ano com certeza.
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[RESENHA] AGORA E NA HORA -  Heloisa Seixas

26/6/2017

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Por: Carolina Souza
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AGORA E NA HORA
 
AUTORA:
Heloisa Seixas
 
EDITORA:
Companhia das Letras
 
PUBLICAÇÃO ORIGINAL:
2017
 
ANO DA EDIÇÃO:
2017
 
PÁGINAS:
144

*Exemplar cedido pela editora.


"Um escritor fracassado decide fazer um livro de contos sobre a morte e, em seguida, se matar. Seria essa sua vingança contra aqueles que sempre o ignoraram: fazer da própria morte o ponto final do livro, tombando sem vida sobre os originais. Para ele, um desfecho insuperável, inédito na literatura. Seus planos, porém, caem por terra ao descobrir que tem um tumor e que seus dias estão contados. Não poderá mais ser o senhor da própria morte. Correndo contra o tempo, o autor, ao longo de uma madrugada, revê sua trajetória, misturando-a com seus contos terminais, na certeza de que, antes de o sol nascer, usará um revólver para se matar. No entanto, algo inesperado acontece, e ele perde o controle do livro - e da própria vida. Em Agora e na hora, Heloisa Seixas constrói um poderoso embate de vida e morte entre um escritor e seu personagem. Um trabalho original que é, sobretudo, uma celebração da literatura e do ofício de escritor."

Estou apaixonada por Agora e na hora. Apaixonada!!! Vocês leram essa sinopse? Leiam de novo, é maravilhosa e realmente resume muito bem. Vamos ao que interessa...
 
A capa diz ser um romance, mas não se engane. Mais da metade do livro é formada por contos, contos esses que foram escritor pelo autor protagonista da história. Temos um livro dentro de um livro aqui e eu vou tentar explicar como tudo funciona.
 
Nossa primeira narradora é amiga do tal autor. Ela nos dá uma breve introdução, contando como encontrou os manuscritos e sobre sua decisão ou não de publicá-los. Os manuscritos referem-se a dois livros: o de contos e o romance (?). É aí que entramos nas histórias.
 
O primeiro livro é composto por contos e é MARAVILHOSO. Todos eles envolvem o tema morte e eu fiquei impressionada com o fato de que a autora conseguiu criar tramas completamente diferentes sobre o mesmo assunto. Fiquei completamente imersa em cada universo criado e a escrita da Heloísa é ótima. Ela ainda nos brinda com várias referências literárias!!!! Algumas eu peguei, outras nem tanto, mas não importa... Eu amei vê-las ali.
 
Eu não vou pontuar cada texto, mas gostaria de dizer que o primeiro é maravilhoso e um dos meus favoritos. É muito ligado a livros e creio que vocês também vão gostar, afinal de contas, somos todos leitores aqui. Continuando...

Passado o livro um, intitulado Agora e na hora, temos o livro dois, A quase morte. Esse segundo é sob o ponto de vista do tal autor, onde ele fala sobre seu processo de escrita e sua vida, também é onde podemos ver sua relação pessoal com cada conto apresentado anteriormente. Não sei dizer se essa parte poderia ser considerada um conto maior, um romance, ou uma novela (sou péssima com essas nomenclaturas), mas o que vocês devem saber é que, seja o que for, é ótimo. Eu já havia adorado a primeira parte, mas essa segunda foi ainda melhor. Que escrita, meus amores, que escrita!!! Que mulher!!
 
A sinopse não mentiu quando disse que esse trabalho é "sobretudo, uma celebração da literatura e do ofício de escritor" porque o livro dois fala MUITO sobre isso. Nele, continuamos com as referências, mas também vemos a dedicação do autor à sua escrita e como tudo aquilo era importante para ele.
 
O único problema do livro fui eu. Exatamente. Eu queria ter lido mais rápido, mas as interrupções do dia a dia e da vida acadêmica me impediram de ter uma experiência ainda melhor. Penso que o impacto teria sido muito mais forte se lido em uns dois dias, e digo que é super possível. Então, fica a dica para vocês. PRECISO RELER!!!
 
O final é confuso, mas essa é a proposta. Nesse momento, o protagonista está confuso e assim ficamos também. Logo eu percebi que essa era a intenção da autora e embarquei na loucura que foi.
 
Fechamos o livro com os comentários finais da própria Heloisa que, muito mais do que só fazer agradecimentos e mencionar pessoas importantes, explica as mortes dos autores citados na obra e uau... cada coisa... Heloisa também fala um pouco da sua inspiração para escrever a obra.
 
A Companhia das Letras acertou em cheio, não só por publicar a obra, mas também pela capa, que eu achei muito interessante, original e coerente com a proposta do livro.
 
Eu poderia ainda dizer aqui quais foram meus contos favoritos, embora tenha gostado ainda mais da segunda parte, só para tentar convencê-los mais uma vez, mas... para quê? Apenas leiam esse livro todo e logo, agora, correndo, por favor!!! Mais um lançamento nacional APROVADÍSSIMO!!!!!
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[RESENHA] ASSIM NA TERRA COMO EMBAIXO DA TERRA - Ana Paula Maia

9/6/2017

2 Comentários

 
Por: Victor Heliângelo
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ASSIM NA TERRA COMO EMBAIXO DA TERRA
 
AUTORA: Ana Paula Maia
 
PUBLICAÇÃO ORIGINAL: 2017
 
ANO DA EDIÇÃO: 2017
 
EDITORA: Record
 
PÁGINAS: 144

​*Exemplar cedido pela editora.


​      Esse foi o meu primeiro livro da Ana Paula Maia, e antes disso havia todo um hype gigante construído por várias pessoas que me fizeram desejar loucamente ler o que essa mulher escrevia. Vilto Reis, do Homoliteratus, falava dela e destacava seu trabalho como pesquisadora para preparação de um romance, Raphael Montes citava a sanguinolência e o impacto que a sua ficção produzia, e uma vez cheguei até mesmo a ir numa palestra da própria (junto com o Montes) onde ela falava um pouco sobre esse livro, que teria prisões, javalis e mais desse prometido estilo tarantinesco, me deixando louco para ler.
 
      Foi uma puta decepção.
 
      Vamos evitar a precipitação e dar a sinopse: Assim na Terra fala sobre o Colônia, um presídio num lugar escondido do Brasil que abriga, clandestinamente, os piores prisioneiros, porque a promessa é de que lá ninguém consegue fugir. Acontece que o lugar está prestes a fechar e o delegado está se divertindo caçando dois presos a cada noite, numa contagem regressiva para matar todo mundo no recinto.
 
      O tal javali mencionado por ela aparece como caça do índio Bronco Gil, e aí vira metáfora para tudo durante o romance, sendo que se tirasse qualquer coisa que ela fala sobre o javali que não esteja ligado ao bichinho caçado, seria melhor. Aliás, esse é o grande problema do livro. Ana Paula Maia pode pesquisar bem sobre os assuntos (a mulher entende de javalis) pode ser “cruel” e sanguinolenta na hora de contar a história, mas ela é uma péssima escritora, nível Asimov de antiqualidade.
 
      As imagens construídas pela escritora são sem graça para quem está procurando por violência, nenhuma delas é chocante por qualquer motivo que seja, maldade, crueza, plasticidade, nada. Ela tem o mesmo problema do Asimov ( aliás, eu acho impressionante um editor passar isso, a ponto de eu ficar com mais raiva do editor do que deles) de botar o narrador para contar algo e o personagem contar a mesma coisa em seguida, quase como se o narrador tivesse que lembrar ao personagem o que ele tem que dizer.
 
      Toda a escrita é de um jeito bem estéreo com essas várias pitadas de prolixidade. Isso e as terríveis coincidências de roteiro, a total apatia dos personagens e um final hollywoodiano bobo quase me fizeram jogar esse livro longe. O que me preocupa é que foi o ultimo escrito pela autora, o que me faz duvidar muito se a escrita dela é melhor nos livros anteriores.
 
      A Record pelo menos fez um bom trabalho no projeto gráfico, um negócio maravilhoso como objeto físico. A capa tem o nome do livro e da autora em relevo, acompanhados desse desenho espetacular da cabeça de javali, algo que, apesar da complexidade me lembra os bichos feitos pelo senhor Hayao Miyazaki, um dos meus cineastas favoritos, e a extensão do desenho pela lombada junto com a fonte classuda escolhida pela editora deixa esse livro, apesar de fino, ser um dos mais chamativos na sua estante. Mesmo assim, beleza não põe mesa, e a minha única recomendação é fugir dessa bomba.
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[RESENHA] O LIVRO DOS ESPELHOS - E.O. Chirovici

3/6/2017

5 Comentários

 
Por: Carolina Souza
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​O LIVRO DOS ESPELHOS
 
AUTOR: E. O. Chirovici
 ​
PUBLICAÇÃO ORIGINAL: 2017
 
ANO DA EDIÇÃO: 2017
 
EDITORA: Record
 
PÁGINAS: 322

*Exemplar cedido pela editora.


"Quando o agente literário Peter Katz recebe por e-mail um manuscrito parcial intitulado O livro dos espelhos, ele fica intrigado. O autor, Richard Flynn, descreve seus dias em Princeton, e documenta sua relação com Joseph Wieder, um renomado psicólogo, pesquisador e professor. Convencido de que o manuscrito completo vai revelar quem assassinou Wieder em sua casa, em 1987 — um crime noticiado em todos os jornais mas que jamais foi solucionado —, Peter Katz vê aí sua chance de fechar um negócio de um milhão de dólares com uma grande editora. O único inconveniente: quando Peter vai atrás de Richard, ele o encontra à beira da morte num leito de hospital, inconsciente, e ninguém mais sabe onde está o restante do original. Determinado a ir até o fim neste projeto, Peter contrata um repórter investigativo para desenterrar o caso e reconstituir o crime. Mas o que ele desenterra é um jogo de espelhos, uma teia de verdades e mentiras, e uma trama mais complexa e elaborada que a do primeiro lugar na lista de mais vendidos dos livros de ficção."

​Quem aí gosta de livros policiais? Eu adoro. Lembro que vi um vídeo de futuros lançamentos da editora Record que incluía O Livro dos Espelhos e fiquei curiosa. Confesso que a capa lindona ajudou ainda mais, e, para a minha surpresa, recebemos um exemplar de brinde!!!

Vocês gostaram da sinopse? Quando eu li, me interessei, mas infelizmente nem tudo são flores. A resenha vai ser curtinha hoje, então não pisquem.
 
Posso dizer que a leitura foi mega rápida, mas senti que até a página 200 (!!!) o autor se alonga bastante, de forma que a história que queremos ver demora muito a aparecer. Por muito tempo fiquei esperando a trama complexa, o jogo de espelhos e as desconfianças aparecerem, porém tudo isso veio muito depois. À essa altura, você pode estar achando que o livro foi um saco, super arrastado e maçante, mas nada disso... Ele só não tinha mostrado o que tinha prometido até então.
 
Já a partir da página 200, as desconfianças começam a surgir e eu gosto muito disso em livros do gênero. As cem páginas finais são boas, mas acho que a história não precisava se esticar tanto no começo. Gostaria que o autor tivesse partido logo para a ação. Tudo caminhava ok, até que o grande mistério foi resolvido e confesso que não vi nada de complexo aí ou surpreendente... O desfecho também é ok, mas eu esperava um pouco mais por conta de todas as promessas. Não só na sinopse, mas também na orelha e até mesmo na capa. Eu sei que objetivo dessas coisas é vender, mas, pera lá né?!
 
Eu fiquei procurando o sentido do título do livro durante toda a leitura, mas somente no final o autor menciona a expressão. Ele tenta dar esse tom, até porque, se não tivesse tentado, esse não seria o nome da obra, mas eu realmente não vi motivos para isso. Achei superficial e, pelo menos comigo, E. O. Chirovici não conseguiu esse efeito. Por ser o título, eu imaginava que seria algo bombástico na trama... Será que sou burra e não entendi a mensagem? hahahaha. Na real, acho que entendi sim, só não era magnífico como fizeram parecer que seria.
 
Eu não tinha expectativas iniciais, mas as frases de efeito deram a entender que seria um livro inteligente/complexo/surpreendente. Frases como "um livro dentro de um livro como você nunca leu antes" e "construído de maneira brilhante em uma narrativa elegante, transbordando suspense até a última página" ajudaram a construir essa ideia. Sem contar "um suspense policial escrito como um quadro de Picasso" na capa que até agora não entendi...  O que isso quer dizer? Seja o que for, eu não concordo. Achei um pouco exagerado, o livro é apenas mediano.
 
A obra me entreteve? Sim. Não está fazendo nada de muito importante? Leia, é bom para passar o tempo, mas não espere que seja o melhor livro da sua vida, porque provavelmente não será. E NÃO SE DEIXE ILUDIR POR FRASES DE IMPACTO!!!
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[RESENHA] OS EXCLUÍDOS DA HISTÓRIA - Michelle Perrot

30/5/2017

35 Comentários

 
Por: Victor Heliângelo
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OS EXCLUÍDOS DA HISTÓRIA

AUTORA:
Michelle Perrot

PUBLICAÇÃO ORIGINAL: 1988

ANO DA EDIÇÃO: 2017

EDITORA: Paz & Terra

PÁGINAS: 362


*Exemplar cedido pela editora.


      Esse aqui demorou mais que o previsto, e me fez ver que eu infelizmente não posso escolher qualquer livro na hora de pedir para as editoras, porque alguns são muito mais cansativos e lentos que outros, como por exemplo livros que tratam de assuntos acadêmicos, principalmente os não relacionados à minha área, apesar de gostar muito de História.

       Apesar disso, eu já adianto que vale muito a pena conferir esse aqui por vários motivos. Primeiro que ele já me atraiu logo de cara pelo assunto: um livro que se propõe a desviar da chamada “linha principal” da História e dar uma olhada no que os operários, as mulheres e os prisioneiros fizeram para o mundo girar. Mais especificamente na França do século XIX, local e data de estudo da historiadora Michelle Perrot, uma das maiores na França, que se propõe principalmente a trabalhar através de vários pontos de vistas diferentes, principalmente o da mulher.

       O livro é feito com uma série de palestras e artigos publicados em revistas ou outros livros com vários autores sobre certo assunto, e é separado em três partes, relacionadas aos temas já ditos aí em cima. Como se trata apenas da França e do século XIX, Perrot vai falar de pessoas e acontecimentos de uma forma bem profunda, e recomendo que dêem uma pesquisada antes sobre certos assuntos caso queiram entender bem o livro.

      Uma coisa impressionante é que os problemas daquela época não são muito diferentes dos de hoje em dia. Claro que os valores da época faziam muito mal as mulheres e os pobres eram terrivelmente explorados (a questão das revoltas por direitos trabalhistas e as greves daquela época são o tema principal dos operários no livro), mas no geral ainda temos as mesmas questões a se reivindicar e os mesmos culpados por tantos problemas, pelo menos na minha visão e (eu acho) na visão de Perrot.

     Nos ensaios dos operários, Michelle foca nos movimentos grevistas, tanto socialistas quanto anarquistas, no Luddismo difundido entre as várias cidades da frança (pra quem não sabe: Luddismo foi um movimento dos operários, começado na Inglaterra, que se baseava em destruir as máquinas industriais que tiravam empregos dos franceses), na relação do operário com a cidade e o espaço social, a questão das mulheres e crianças operárias, entre várias outras coisas. Isso ocupa a maior parte do livro, porque meio que cobre os outros assuntos também, e é o mais “pesquisável”, por assim dizer.

      Na parte das mulheres, Perrot fala sobre os direitos que elas conquistaram naquela época, sobre as operárias mulheres e suas questões com o luddismo, a criação dos filhos e etc. Mas acho que a discussão envolvendo as lavadeiras e seus locais de trabalho são o ponto alto dessa parte. Era um sistema de trabalho que o governo francês de Napoleão III tentava afugentar porque conhecia a sua força dentro da sociedade e sabia o quanto elas lutavam pelos próprios direitos.

      Por fim, a parte dos prisioneiros fala sobre a vida zoada que esse povo tinha no século XIX. Perrot apresenta a questão dos presídios construídos por capital privado, que tinha a ideia de lucrar o máximo possível, e isso inclui dar a comida mais barata (a estragada) para os prisioneiros, botando eles para trabalhar sem remuneração (isso é algo que acontece nos EUA hoje em dia), e várias outras coisas, além de debater o aumento da criminalidade.
​
      A edição da Paz e Terra é bem bonita, a capa é uma pintura (pelo menos parece ser) que tem tudo a ver com o livro e ele é bem grandinho, com VÁRIAS notas de rodapé (que você só precisa ler se quiser realmente se aprofundar no assunto) que ficam no final de cada ensaio, o que facilita a velocidade da leitura, mesmo que a linguagem técnica exija de você mais atenção e não seja tão trabalhada para agradar quanto uma narrativa, mesmo assim, para quem quer variar e ler coisas interessantes sobre a história do mundo, essa é uma excelente pedida.
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[RESENHA] DIAS DE ABANDONO - Elena Ferrante

24/5/2017

15 Comentários

 
Por: Carolina Souza
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DIAS DE ABANDONO

AUTORA: Elena Ferrante

PUBLICAÇÃO ORIGINAL: 2002

ANO DA EDIÇÃO: 2016

EDITORA: Biblioteca Azul

PÁGINAS: 184


“Depois de quinze anos de casamento, Olga é abandonada por Mario. Presa ao cotidiano estilhaçado com dois filhos, um cachorro e nenhum emprego, ela se recusa a assumir o papel de pobre mulher abandonada . Essa opção a projeta num turbilhão de obsessões, angústias e ímpetos violentos, capazes de afastar Olga do fato de que as derrotas precisam ser assumidas para que a vida possa enfim seguir adiante.”


​Pensem uma resenha que eu levei semanas para escrever sem a menor ideia de como começar e do que dizer: Dias de Abandono. Não há nada de errado com o livro, e a leitura foi ótima, mas eu sinto que minhas impressões poderiam ser resumidas em um parágrafo, aí complica né? Mas chega de enrolação.
 
Elena Ferrante é uma autora famosíssima por aí, mas quem entende de prêmios e prestígio internacional nesse blog é o Victor, então não entrarei em muitos detalhes, mas acreditem em mim quando digo que, para muitos, o nome dela é sinônimo de qualidade. E eu pude comprovar isso.
 
Lendo a sinopse, a história parece algo simples e realmente é: uma mulher foi abandonada pelo marido depois de vários anos de casamento. Normal, comum. Porém, eu sabia que a escrita viria rasgando nas imagens de dor e no sofrimento, e eu estava certa.
 
A angústia e o desespero da personagem são tão intensos que chegam a ser palpáveis, e, embora ela tome atitudes BIZARRAS por conta disso, eles ainda se encaixam na realidade. Não são sentimentos vazios, forçados. É muito fácil eu chegar aqui e escrever: oh, fulana estava tão triste que rasgou a cara, oh, coitada de fulana. MAS, MEU AMORES, Elena Ferrante é Elena Ferrante. Você se convence de tudo que está acontecendo ali, compreende a dimensão de todo aquele sofrimento e de certa forma sente junto. Não foi nada difícil me colocar no lugar da personagem, o que criou uma imersão muito maior enquanto eu lia.
 
O que vocês pensam quando associam o título à história que eu acabei de contar? Provavelmente que o abandono refere-se à ação do marido, certo? Também. Porém, ao meu ver, Olga se abandonou durante o casamento. Apagou um pouco da sua existência e passou a viver à sombra de seu cônjuge, o que é PERIGOSÍSSIMO, JAMAIS FAÇAM, POR FAVOR. E, durante o luto, Olga abandonava-se cada dia mais. Algumas vezes eu ficava meio: amiga???? amiga??? amiga????? pelo amor de Deus, vamos nos conter, a senhora TÁ LOKA. Mas agora está tudo bem, ela estava doida, mas é totalmente compreensível.
 
A protagonista não teve que lidar somente com a sua tristeza, mas também com as suas obrigações maternas, afinal de contas o lixo do marido (lixo sim) deixou seus dois filhos. Ou seja, nem sofrer em paz ela podia. E aí como você faz para cuidar de si e mais duas crianças, enquanto o mundo que você por anos construiu ao lado de alguém desmorona? Não deve ser fácil, e não foi. Mais um sentido para o título, já que, por conta do ocorrido, ela também vai abandonando todos a sua volta.
 
Novamente: é uma história recorrente. Muitos autores e autoras por aí já devem ter abordado esse tema, mas tenho certeza que nem todos com a maestria em questão. Esse foi o primeiro contato que tive com a tão falada Elena e posso dizer que adorei. A temática por si só já poderia dar um tom pesado ao livro, mas a escrita da autora transforma uma trama mediana em algo realmente muito bom e digno da atenção de vocês.

Vocês já leram a autora? Já conheciam? Pretendem ler alguma coisa? Provavelmente teremos mais obras dela por aqui no futuro... É só acompanhar a gente ♥
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    ​Durante um passeio pelo Mundo das Ideias, Carolina Souza encontra a perfeição em forma de Homem conhecido como Victor Heliângelo e o convida para falar mal dos livros da Biblioteca de Babel neste bravo blog.

    (Nota da Carol: Queria deixar claro que não fui eu que escrevi a baboseira acima. Beijos de luz.)


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