Autor: Josh Malerman
Editora: Intrínseca
Ano: 2015
Páginas: 272
O livro é narrado em terceira pessoa e alterna entre o momento presente - a saída da casa - e o momento da chegada de Malorie a esse local, ainda grávida, onde encontra um grupo de sobreviventes: Don, Jules, Felix, Cheryl e o líder, Tom.
Quando me deparei com Caixa de Pássaros, achei a premissa interessantíssima. Após pesquisar, vi que muitas pessoas amaram a obra. Isso, somado à sinopse, me fez criar expectativas altíssimas que, infelizmente, não foram correspondidas. Segurem a velha ranzinza que falará agora...
O mundo pós apocalíptico prometido não é devidamente explorado, visto que os personagens passam a maior parte do tempo enclausurados dentro da casa. Sendo assim, muitas chances de retratar o suspense, a essência do medo e um aspecto tenso e aterrorizante (fatores que supostamente engrandeceriam o livro) foram perdidas. Se ocorressem mais cenas do lado de fora, em minha opinião, teria sido mais interessante.
Nos capítulos referentes à fuga de Malorie, também não acontece muita coisa. Por muitas vezes, o que vemos é nossa protagonista tendo recordações de seus colegas, quando nada importante ocorre de fato durante o percurso.
Outra coisa que me incomodou bastante foram os spoilers que o próprio autor dá. Em um livro de suspense, onde você supostamente deveria se preocupar com quem morre e quem sobrevive, isso pode ser algo bem ruim. E foi.
Quanto à construção dos personagens, eu achei muito fraca. Não consegui me envolver com nenhum deles. Nem com a personagem principal que, ao meu ver, não tem nada de interessante. Já os outros, são mais vagos ainda, com exceção de Tom, que é legalzinho mas não compensa.
Há uma melhora? Sim. Aproximadamente na metade do livro as cenas de tensão ganham uma frequência maior, porém nada muito gritante e nada perto do que eu esperava. Nada perto do que me disseram que seria.
A própria escrita do Josh me irritava em certos momentos pois parecia que conjunções e vírgulas não existiam. Eram pontos separando frases curtíssimas o que, para mim, foi uma tentativa de criar um suspense. E como eu já estava meio impaciente com esse moço, não deixei de notar.
Sobre o final: Se você é do tipo de pessoa que busca respostas para tudo, já aviso que não vai encontrar. Falo isso porque vi algumas pessoas comentando que o desfecho poderia ter sido diferente e tudo mais. Por incrível que pareça, não me incomodei com isso. Foi o menor dos problemas.
Esse é só o segundo livro do gênero que eu li na vida, portanto, não é como se eu tivesse um padrão altíssimo. Porém, mesmo tendo pouca bagagem literária no assunto, Caixa de Pássaros não conseguiu me conquistar. Apesar da frustração, pretendo conferir a adaptação cinematográfica já confirmada pelo autor e espero assim gostar um pouquinho.