Autor: William March
Editora: DarkSide Books
Ano: 2016
Páginas: 272
Todo mundo aqui já sabe que a DarkSide tem um pacto, com sei lá quem, que faz com que você queira comprar tudo o que eles lançam, mesmo que você não saiba muito do que se trata. Os lançamentos são tão lindos que adicionamos em nossas listas quase que imediatamente, não é? Então que essa resenha sirva de alerta para vocês, porque eu gostaria de ter conhecimento prévio sobre certas coisas que citarei aqui...
Achei a Christine, que é basicamente a principal, muito chata. Uma banana. Entediante com suas longas cartas ao marido que estava viajando a trabalho... Aliás, esse marido, qual a função dele na história mesmo? Não apareceu uma única vez, só era mencionado nas cartas, que beiravam o drama mexicano, e só deu as caras no final. Seria preguiça de construir alguém decente? Oxi, então nem botasse lá, fica tomando meu tempo para quê?
Quando vemos temas assim, é normal esperar sentir um medinho, então fica o aviso: não dá medo. É rotulado como suspense psicológico, então nada de achar que você vai se tremer todinho(a) lendo. E também não vá esperando muita ação, correria ou desespero, pois vai acabar se decepcionando. Eu nem esperava tudo isso e fiquei bem frustrada... Só queria mais participação da Rhoda e um pouco mais de atitude nela, mas achei sua presença completamente apagada na maior parte da coisa. No momento que finalmente temos algo "surpreendente" de sua parte, o autor caga tudo. Achei MUITO mal feito e esquisito... Não posso dar mais detalhes porque seria um baita spoiler, mas gente... O moço não teve muita preocupação com aquilo ali não.
A narrativa não é nada sensacional e em certos pontos consegue ser chata. Alguns personagens e diálogos não servem para nada e não levam o leitor a lugar algum, estão ali apenas para "encher linguiça" e isso me irritou um pouquinho, não vou mentir.
Os extras são uma biografia do autor e uma introdução escrita em 1997 por Elaine Showalter, crítica literária... Uma de verdade, não eu que saio falando bosta por aqui, mas nem ela fica defendendo muito a obra em questão, não ali. Essa tal introdução dá mais detalhes sobre William e faz uns paralelos da obra com a vida dele. Uma leitura da psique do cara, digamos assim, o que me pareceu uma tentativa de vender a ideia de que: olha aí, tal coisa foi feita assim, porque na vida do autor era desse jeitinho aqui, logo, pode ser considerado complexo e profundo. Legal, interessante até, mas não compensa. Dica: evitem lê-la no início, deixem para o final, porque umas coisinhas ali podem ser vistas como spoilers para pessoas sensíveis.
Aparentemente Menina Má causou muito impacto quando surgiu, em 1954, e eu não consegui ver muito motivo para isso... Mas eu não vivi nos Estados Unidos da época para saber né?! O livro influenciou muita coisa no cinema, literatura e cultura pop. Foi elogiado até por Ernest Hemingway e ok, quem sou eu perto disso tudo não é mesmo? Ainda assim, tudo isso ocorreu naquela época. Hoje não consigo ver como esse livro possa conquistar os leitores da forma que foi anunciada, mas pelo visto conseguiu e aqui fica o apelo: quero realmente entender o que viram lendo isso, porque vi MUITOS elogios. Sério, me expliquem, eu preciso entender.
É um livro bem fraquinho, datado e com um baita marketing. O autor morreu um mês depois do lançamento, então não viu quando o sucesso estourou, mas ele mesmo admitiu que Menina Má foi um livro escrito sem muito cuidado, e, se ele diz, quem sou pra discordar ne non?!