Autora: Kass Morgan
Editora: Galera Record
Ano: 2014
Páginas: 288
Imaginem um livro, com 287 páginas, que serve somente de introdução. Esse é The 100 — Os Escolhidos, onde Kass parece apenas criar o cenário e nos apresentar aos personagens. As coisas só começam a ficar interessantes na página 245, faltando menos de cinquenta (!!!) para o final. A autora jogou todos os acontecimentos importantes para a continuação.
Na história, temos quatro personagens principais, dos quais três viajam à Terra e um consegue escapar dessa situação, permanecendo na nave (não é spoiler, tá na orelha do livro). Cada capítulo é narrado em terceira pessoa partindo do ponto de vista de cada um desses quatro, sendo assim, podemos ver como funcionam as coisas aqui na missão de recolonização e também lá no espaço, dentro da Arca. E isso foi... legalzinho. Não mais que isso, pois como dito anteriormente, nada importante ocorre durante toda essa jornada de quase 300 páginas, somente no fim. Sem contar também que, muito do que se passa lá em cima, contado por Glass, diz a respeito de seu romance com Luke. Confesso que eu esperava que o mimimi dos dois fosse me irritar HORRORESSSS e nem foi tanto assim vai, mas eu preferia ter lido sobre outras coisas.
Dentro dos capítulos, a autora coloca flashbacks que muitas vezes justificam certas ações e pensamentos ocorridos no momento presente, contam um pouco do que acontecia na nave e o que levou os jovens narradores a serem condenados até seus 18 anos (quando, teoricamente, ganham uma segunda chance e são julgados novamente, mas na conjuntura atual: morrem). E eu gostei disso porque dessa forma conseguimos mais informações sobre a vida na Arca do que em todos os capítulos de Glass (que ainda está lá, mas só quer saber do namoradinho).
Para quem já viu a série:
Bellamy continua sendo um dos melhores personagens. Wells continua um porre. Octavia (que tem um papel não muito importante) é basicamente uma criança e não tem nada daquela personalidade forte que conhecemos. Clarke, que sempre me irritou, tá melhorzinha, sem querer dar uma de boazona heroína toda hora e a todo custo. MAS O FINN NÃO EXISTE, EU NÃO ME CONFORMO COM ISSO.
Antes de ler, eu pensei que odiaria com todas as forças. Quando comecei, senti um alívio: as coisas ruins que eu tinha imaginado, não eram tão ruins assim. Em seguida, comecei a encarar como uma leitura que em nada acrescenta, mas que serve para passar o tempo. Ao finalizar, veio uma frustraçãozinha. A série é um milhão de vezes melhor e dói dizer isso.
Com o gancho que Kass deixou, quero acreditar que a sequência (Dia 21, já lançada) seja melhor pois seria um crime se ela conseguisse enrolar por mais 200 páginas dada a atual situação da coisa. Contudo, apesar desse pensamento, eu não vou pagar para ver (literalmente), portanto não pretendo ler a continuação. The 100 é um livro com uma premissa interessante, porém de desenvolvimento muito fraquinho, de forma que a adaptação (transmitida no Brasil pela MTV) consegue ser superior. Aliás, fica a minha dica: aos que se interessaram pela história, assistam ao seriado.