Autor: Valter Hugo Mãe
Editora: Cosac Naify
Ano: 2014
Páginas: 160
O negócio é que Valter Hugo Mãe pode te agradar mesmo que você tenha pavor de ver uma palavra rimando com outra. O mestre já tem uma resenha aqui e anda cada vez mais complicado escrever esses dois parágrafos antes da sinopse com autores que já apareceram no blog, então stop the bullshit e vamos direto para a história.
Halla é uma garotinha que acabou de enterrar sua irmã gêmea e tem que lidar com a sua própria cabeça perguntadora, sua família deprimida, uma mãe psicopata, um pai poeta e o garoto que vivia enchendo seu saco no meio dos fiordes da Islândia.
Hugo Mãe entrega um livro extremamente doloroso aqui. Halla pensa em todo capítulo como deve ser a morte, o que acontece com sua irmã do lado de lá, se não deveria ter ido no lugar dela, etc. Reflexões diárias que tornam o livro muito deprimente e filosófico, apesar de Valter sempre querer mostrar um ponto positivo sobre a humanidade, e, nesse caso, é sobre o homem como ser social, porque sozinhos nós voltamos a ser apenas animais.
Uma coisa que me incomoda nessa obra é que, justamente por ser extremamente focado na garota e em seus pensamentos, a história anda muito pouco. O final é muito corrido e nem é algo que realmente importa, só é uma simples conclusão, o importante mesmo é ver a lindíssima escrita do autor novamente, as reflexões colocadas sob os olhos de uma criança que tem que virar adulta muito rapidamente para sobreviver nesse mundo gelado.
A edição da Cosac segue o padrão da antiga, um painel cobrindo a arte da capa e da contracapa, lindíssimo aliás, a formatação do texto também é diferenciada, bordas grandes na lateral para o lado de fora da página e para baixo e mínimas para o lado de dentro e para cima. É isso pessoas, hoje eu não estou muito falante, mas fica a recomendação anyway.