Autores: James Frey e Nils Johnson-Shelton
Editora: Intrínseca
Ano: 2015
Páginas: 512
Na busca pela primeira chave, alianças foram sacramentadas, segredos foram revelados e a inevitável morte chegou para alguns. Mas o Jogo continua, e agora os nove Jogadores remanescentes precisarão ser mais ágeis, inteligentes e cruéis, se quiserem salvar sua linhagem e a si mesmos.
A Chave do Céu - onde quer que esteja, o que quer que seja - é a próxima meta. E nada será capaz de deter os Jogadores. Só um pode ganhar. O Engame é real. E já começou."
O Chamado não teve uma das maiores "notas" da minha estante, mas foi uma leitura bacana, que eu recomendo a quem curte o gênero e eu até quis ler a sequência para acompanhar a jornada de nossos Jogadores. Entretanto, A Chave do Céu não me agradou da mesma forma.
Antes de começarmos de fato, gostaria de dizer que, definitivamente, James Frey tem uma obsessão com alienígenas. E continuou agregando certas coisas de Os Legados de Lorien, como a existência de arcas, interferências do governo, mídia e essas coisas. Confesso que agora já me acostumei com isso. Só espero que em trabalhos futuros ele mude um pouco a fórmula né?!
Nesse livro, em minha opinião, conseguiram enrolar muito em comparação ao primeiro. Os acontecimentos demoraram um pouco mais a se desdobrarem e a ação não estava tão presente no decorrer da narrativa. Um fato que contribuiu para isso, foi que os autores jogaram MUITAS informações e carregaram mais as descrições, talvez para enriquecer um pouco mais a história e torná-la mais crível. Não digo que elas tenham sido desnecessárias, mas isso fez com que essa obra fosse um pouquinho arrastada. Novamente, não ocorreram muitas mortes. E lembram da reclamaçãozinha que eu fiz na primeira resenha? Continuei sentindo falta disso haha.
Além disso, outra coisa que me incomodou foi que eles inseriram muitos personagens novos. Você já tem nove "protagonistas" para dar conta, e ainda coloca mais umas pessoas. Para mim, ficou meio embolado e como diria o Victor: uma salada. Muita gente, muita informação, muita coisa para digerir.
Vale dizer, e não é spoiler, já que acontece bem no início que, a história do Abaddon (nome carinhoso do asteróide que vai colidir com a Terra e destruir tudinho, também conhecido como o Evento) tornou-se de conhecimento geral, porque um email de um cara da NASA vazou. Logo, a coisa toda tomou conta das mídias e o medo se instaurou nas pessoas. O que é bem compreensível né?! Isso nos é mostrado através de transcrições de transmissões de TV, que vez ou outra surgem entre capítulos. Eu gostei dessas partes e gostaria de tê-las visto mais ainda.
Uma galera do governo decidiu se meter na coisa toda também (e daí surgem os outros personagens). Alianças se estreitam mais ainda e cada um se agarra ao que pode. Alguns Jogadores colocaram na cabeça que podem parar o Endgame, bugar o sistema, trollar os Criadores. SERÁ?? E aí, gera mais discórdia né gente?! Uns querem sair matando todo mundo, outros querem ser mais pacíficos, conflitos ideológicos, ai ai...
Os autores conseguiram criar uns ganchos bem legais. Como já sabemos, a história é narrada em terceira pessoa variando os pontos de vista, certo?! Então, quando algo importante acontecia com alguém no finalzinho do capítulo, precisávamos ler várias páginas para chegar naquela pessoa novamente e ler o desfecho. Alguns, confesso, já eram meio previsíveis, já que se tratava muito de: enrolação. Mesmo assim, não tiro o mérito porque, de qualquer forma, fui sim presa à narrativa nesses momentos.
Outro artifício bem legal foi que, quando certos protagonistas se juntavam, a mesma cena era mostrada do ponto de vista de todos eles. Aconteceu da mesma cena ser repetida três vezes, mas eu gostei. Pude ver o cada um estava pensando e sentindo naquela situação. Mais pontos!!
Vocês se lembram que eu comentei que alguns dos doze personagens foram meio que deixados de lado em O Chamado? Dessa vez eles tiveram mais espaço, como eu já previa. Ninguém foi abandonado, ninguém se perdeu.
Separando os pontos positivos e negativos, colocando-os em uma balança, eu ainda diria que essa não foi uma leitura tão agradável quanto a primeira, o que me fez levar mais dias para terminar. Porém, eu cheguei até aqui, e se for mesmo uma trilogia (já que alguns autores decidem aumentar as sagas), só resta mais um e não vou parar agora.
Quanto ao próximo volume, tenho dois palpites: ou vão fazer algo SUPER bacana e bem distribuído, por assim dizer, dividindo a ação do início ao fim, ou vão cagar tudinho enrolando mais ainda e deixando para resolver tudo no final em pouquíssimas páginas (por favor Deus, não permita isso). De qualquer forma, eu quero saber!!! Então sim, vou cruzar os dedinhos, aguardar a sequência e ver no que vai dar.