Hoje trago duas obras do gênero Young Adult que li há uns dois anos e me encantei. Provavelmente conhecerão, mas talvez o post traga um ponto aqui e outro lá que você não saiba. Os escolhidos são: Quem é Você, Alasca? do famigerado John Green, e Todo Dia, do seu amigo David Levithan. Sem mais demora...
A história é mais ou menos a seguinte: Miles tem 16 anos, está cansado do tédio que é a sua vida e decide estudar em um colégio interno na busca de novas experiências e de mais emoção. Lá ele conhece a Alasca (que eu não vejo como a protagonista, mas uns insistem que sim) que faz a linha misteriosa e tudo mais. É isso aí, agora a parte que importa da coisa...
Eu particularmente acho que muitos adolescentes podem se identificar com o protagonista. O seu desejo de quebrar a monotonia, sua necessidade de ter histórias para contar e de viver essa fase intensamente (o que ele resume como a busca pelo Grande Talvez) são situações em que todo jovem já deve ter se encontrado.
John recheou o livro com diálogos e pensamentos que rendem citações e, principalmente, reflexões maravilhosas. Na minha opinião, Green pegou uma premissa super simples, com um elemento já muito conhecido por todos nós (garoto se apaixona por garota) e transformou em algo bem bacana. Tem aquele lado emocional que a gente já conhece, porém foge um pouco dos famosos clichês.
Essa obra em particular recebe muitas críticas negativas do público, e acredito que seja porque não é um romance desses que já estamos acostumados, super açucarados e que a maioria ama.
Quem é Você, Alasca? está longe de ser um conto de fadas, coisas ruins acontecem e há coisas que, embora torçamos para que ocorram, nem chegam a se concretizar, assim como é na vida. John aborda temas e vivências comuns da adolescência com uma verdade muito grande, o que aproxima a obra à realidade, e eu ADORO quando isso acontece. Esse é, de longe, meu livro favorito do autor.
Esse é um livro difícil de ser falado, simplesmente porque me lembro muito pouco da história, mesmo assim, tentarei indicá-lo decentemente aqui porque sei que gostei e isso é o principal.
Todo Dia conta a história de “A”, uma criatura (não há termo mais preciso que esse, juro) que acorda todos os dias em corpos diferentes. Sim, é isso. “A” acorda no corpo de uma pessoa e vive nele por 24 horas, mas ele (ou ela, já que A não tem gênero) tem sua ética. Não gosta de se apegar ou de interferir na vida de ninguém, simplesmente a vive. Até que um dia acorda no corpo de Justin e se apaixona por sua namorada Rhiannon. É nesse ponto que as coisas se complicam. Como continuar vendo a crush, sem interferir na vida de seus hospedeiros? E, principalmente, dá para se ter um relacionamento com alguém vivendo nessas condições?
Sinceramente, o que mais me atraiu nessa história foi o fato de “A” habitar diferentes corpos e viver diferentes situações. O autor acertou muito nisso, porque há uma diversidade muito grande entre esses personagens, e acabamos por conhecer um pouco de suas vidas. Não é spoiler, mas, em determinada parte, “A” desperta no corpo de uma viciada em drogas em abstinência. Já pararam para pensar? “A” narra tudinho para os leitores e a sensação é louca. É tão novo para ele/ela, quanto é para nós. Esse é só um pequeno exemplo, viu?! Confesso que nessa parte eu quis muito ver até onde aquilo iria. Queria ver mais, mas, infelizmente, as coisas tem a duração de apenas um dia. Adorei ver o ponto de vista de tantas pessoas diferentes através de nosso protagonista. O romance, ao meu ver, foi apenas um bônus. Livro mais que recomendado para fãs de YAs.
Recentemente, David Levithan lançou “Outro Dia”, que é a mesma história contada através de Rhiannon. Então fica aí a dica para quem ler e sentir um gostinho de quero mais.