AUTOR: Ernest Hemingway
ANO DE PUBLICAÇÃO: 1952
ANO DA EDIÇÃO: 2013
EDITORA: Bertrand Brasil
PÁGINAS: 126
Hoje nós vamos falar de um dos escritores mais importantes da história, o ganhador do Nobel, Ernest Hemingway! O cara dispensa apresentações, o maior nome da geração perdida, inovador nas técnicas de escrita e contista de primeira, ele estaria fácil numa lista dos 10 maiores escritores dos EUA, e entre sei lá, os 50 do mundo? Essa seria uma lista que eu com certeza não faria, a chance das pessoas reclamarem é muito grande, mas, se fizesse, botaria ele.
Mas vamos falar dessa novela, sempre começando pela sinopse: Santiago é um velho pescador que anda numa seria má sorte, com mais de 84 dias sem pegar um peixe sequer. Por causa dessa situação, não tem dinheiro para quase nada, contando muito com a ajuda de seu aprendiz e ex-companheiro de barco. No 85° dia, sozinho no barco e sem muito preparo, ele encontra um dos maiores desafios da sua vida: um peixe maior que seu barco, e vai lutar com ele até a morte para pegá-lo.
O livro tem um tom de fábula muito forte, o que é interessante por ser de um escritor que sempre falou sobre o real de maneira bem crua e até mesmo jornalística, pelo fato de tirar suas histórias de suas viagens aos lugares (esse, por exemplo, foi feito quando o autor estava em Cuba). Assim como eu disse nos reviews de A Metamorfose e Macbeth (ainda para chegar), não via muito sentido em comentar um livro clássico e conhecido como esse, até ver que tem gente que não gosta (!!!!!!!!) dessa pequena obra-prima por motivos que eu particularmente acho que vieram da falta de compreensão, então vou tentar elucidar algumas coisas nesse pequeno texto.
A principal crítica que vi era de que o livro era lento e que ele demorava muito na luta de Santiago com o peixe. Para mim essa informação está duplamente errada. Primeiro porque não existe escritor com prosa mais rápida que o Hemingway, apenas escritores tão rápidos quanto, porque Ernest bota somente o essencial na trama (apesar de que eu mesmo tiraria uns 20 “queria que o garoto estivesse aqui”, a única coisa realmente desnecessária em minha opinião) e não perde tempo com nada além da informação de que Santiago está duro, tem um garoto tentando ajudá-lo e que ele agora vai lutar com um bicho gigante (sempre usando o Show, don’t tell, é claro). A segunda parte (a demora da luta) mostra para mim a falta de sensibilidade das pessoas que reclamaram, pelo fato de Santiago estar numa situação limite e o peixe também, afinal ele não quer morrer, e pesca naturalmente exige paciência do pescador, não à toa é o que o pessoal mais faz para exercitar a paciência. Então sim, é daquele jeito que se pesca/pescava e a fidelidade dessa parte do livro é o que faz ser blindado de críticas (falei que ia rebater várias, mas vou parar por aqui porque a preguiça é isso aí). Se eu pudesse dar spoiler, entraríamos em toda uma discussão sobre o porquê do final e o que Hemingway queria dizer com isso, mas como não posso (e nem quero dar, porque odeio receber spoiler), não vou falar nada, mas quem quiser discutir fala aí nos comentários, avisando que vai dar spoiler, claro.
O projeto gráfico da Bertrand Brasil é um dos mais bonitos do mercado: a assinatura do Hemingway no lugar do seu nome é linda, a capa é clean, mostra apenas o rabo do grande peixe a ser perseguido e algo como sangue vazando dele ou sei lá, as ilustrações dentro do livro são lindíssimas, a página tem letras grandes e espaçamento bom para ler, enfim, praticamente um livro perfeito.